Depois de uma semana quase passada, entre Concursos de Professores, FMI's, a suposta morte de Bin Laden, e outras coisas pouco claras, quem está muito pouco clara sou eu!
Chego a casa, penso que meio litro de cerveja até ajude o problema, desde que devidamente acompanhada por um maço de cigarros.
Os pesadelos sucedem-se, noite após noite, e não tenho ninguém que realmente consigo ouvi-los, assim numa tentativa minha de exorcizar fantasmas. O trabalho, o tempo, as pessoas, tudo ao molho e fé na coisas, deixaram-me muito próxima de mim mas mais afastada do mundo. E estou em época de pazes comigo, talvez como há muito não me recordo de estar. Já com o mundo... Vá, mundinho, que há sempre um poder relativizar as cenas e seguir em frente, apesar de que essa direcção, contrariamente ao que se julga, nem sempre nos deixa na melhor posição ou lugar.
Sonhei com Copenhaga, que nem conheço (ainda...), com abandonos, com ansiedades, com amigos imaginários e viagens de avião montanha-russa. Diz-me para que lado vais. Ou, pelo menos, para que lado queres ir. Não esperes por mim.
Sinto a cara a ferver, às vezes a morrer. Vou enlouquecer, mas não vou, porque já estou. Já sou.
Queria estar perdida no meio da Alexanderplatz, anónima, no barulho.
Decidi que agora tinha que estar imensamente feliz, cor-de-rosa, a brilhar. Mas não estou. Talvez seja esse o problema.
Precisava de ouvir um conselho, para poder ignorá-lo e sentir que tomo conta disto tudo, que nada me escapa da mão. Mas a esplanada é pequena para estas coisas. E o tempo urge. E conversa-se apenas sobre coisas fáceis, daquelas que não demoram muito tempo, que é para ninguém se atrasar, nem se expor ou atrapalhar.
É isso! É oficial: estou atrapalhada! Atrapalhei-me por aqui. Devo dar-me uma palmadinha nas costas em sinal de compreensão.
Amanhã o dia é outro e mais coisas acontecerão. No mundo, aqui, por aí.