Hoje, depois do trabalho, fui ser gaja.
Não é que eu não tenha jeito na maioria das coisas (sim, tenho, choro e faço dramas e coiso e tal) mas há uma parte do ser gaja que sempre me escapou ao entendimento: as compras. Nunca fui de ir para as compras para aliviar males e dramas. Nem nunca gostei de ir para as compras com amigas. Espera, minto. Eu até vou para as compras para aliviar males e dramas mas acabo sempre por comprar livros. E vou sempre sozinha. E sei, porque contacto com outras gajas, que para aliviar males e dramas se compra roupa.
Ora, eu hoje não tinha nenhum mal nem nenhum drama, mas percebi que não ando a ler. Cansaço, rotina, preguiça, sei lá! O que é facto é que assim o mais parecido com literatura ultimamente são as instruções para fazer noodles e, por isso, hoje resolvi ser uma gaja bem superficial e comprar roupa e cosméticos e afins (não fosse o diabo tecê-las, passei de longe pelas livrarias. minto outra vez, passei e babei na montra, mas não entrei!).
E descobri que não percebo nada do assunto. Perdi uma hora a olhar para bases e pós compactos que me pareciam todos iguais. Vesti e despi cerca de vinte casacos na Zara. Houve uma alma caridosa que me ajudou a escolher os cosméticos, mas com a falta de jeito que para aqui impera espero não sair à rua tipo Batatinha.