Tenho uma amiga que é conhecida entre nós pela sua sinceridade. Doa a quem doer, ela diz sempre o que pensa, sem paninhos quentes. Contrariamente a muitos, acho-a especial por isso e considero este aspecto uma das suas qualidades (e não um defeito!). Além de que é extremamente exacta quando analisa uma situação: raramente se engana!
Num Sábado à noite, a minha amiga C. fica numa situação embaraçosa: vê-se sózinha com um casal de namorados perfeitamente odioso. Ele um macho man latino e muito labrego, mas que sabe e tem opinião formada sobre TUDO e ela miseravelmente submissa, daquelas que até dá pena.
A C. está perante este cenário e com um copo cheio de imperial na mão. Ficar-lhe-ia mal sair dali naquela altura e resolve fazer conversa de ocasião, enquanto dá goles enormes na imperial, daqueles que fazem doer os dentes e o estomago. Em três tempos despacha a bebida e simulando um súbito ataque de cansaço declara que vai para casa.
Submissa - Mas já vais para casa?
C. - Sim.
Submissa - O que é que vais já fazer para casa?!? Bebe mais uma imperial! Só se acompanhia não te agrada... Se calhar não sou lá muito boa companhia...
C. - Não és boa, nem és má... és companhia!
E entretanto mordeu a língua e lá pediu mais uma imperial, que bebeu em ... companhia!
"Na Alemanha, o Tribunal Constitucional considerou a lei que proíbe o fumo em locais de diversão discriminatória, e por isso inconstitucional. Os proprietários de restaurantes, tascas e discotecas já se tinham manifestado contra esta lei, assegurando que os lucros haviam sofrido uma quebra de 15% desde a entrada em vigor da lei. A queixa apresentada por um proprietário de uma discoteca e por dois gastrónomos que foi encaminhada posteriormente para o Tribunal Constitucional conduziu, desta forma, à anulação da lei tabagista. Nos restaurantes, cervejarias e tascas com uma superfície inferior a 70 metros quadrados se pode voltar a fumar, embora com algumas restrições. Nas discotecas também, mas em espaços separados. A decisão do tribunal, que abrange os restantes estados federados alemães, vai obrigar o poder político a reformular o conteúdo da lei até finais de 2009." - Notícias TSF E para que fique esclarecido, uma lei ser insconstitucional, significa que vai contra a Constituição de um país, lei fundamental que regula os direitos, deveres e garantias dos cidadãos em relação ao Estado e a organização política de um país. Se os anti-tabagicos-histéricos-ai-que-não-posso-com-o-fumo têm direito a não levar com o dito, eu tenho certamente direito a fumar, sentada a uma mesa de café, depois de uma refeição ou apenas enquanto folheio o jornal e bebo uma bica. Vamos lá ver se estes ventos de inconstitucionalismo se começam a fazer sentir por cá... Não há muito tempo, no Coliseu dos Recreios, Lisboa Captada por moi :)
[Seurat - Sunday Afternoon on the Island of Grand Jatte]
Queria estar ali. Deitada na relva, a ver os barquinhos a passar. Ou apenas a aproveitar as várias sombras de uma mesma árvore. Ainda não fui e já sinto a tua falta.
Sei a resposta, se bem que desconheço a pergunta!
E hoje, ao esquivar-me, mais uma vez de limpar a minha, que está um esterco, lembrei-me disto.
"Odeio a minha mala. Odeio-a, pronto!(...) Isto é para mulheres que odeiam malas, que não se dão bem com elas, que compreendem que as suas malas são o reflexo de governar a casa de uma maneira negligente, de uma desorganização irremediável, de uma incapacidade crónica de deitar coisas fora e de um fracasso constante em lidar com as obrigações de um acessório exigente e difícil (...) Isto é para mulheres cujas malas são um atoleiro de pastilhas Tic Tac soltas, de aspirinas solitárias, de batons sem tampa, batons para o cieiro de idade duvidosa, partículas de tabaco, mesmo que não se fume há dez anos, tampões que se soltam do invólucro, moedas inglesas que sobraram de uma viagem a Londres em Outubro último, cartões de embarque de viagens de avião há muito esquecidas, chaves de um quarto de sabe-Deus-que-hotel, esferográficas que derramam, lenços de papel que já foram ou não usados mas que é impossível saber a diferença, óculos riscados e uma velha saqueta de chá, cheques amarrotados que se soltaram do respectivo livro e que estão cobertos de nódoas e uma escova de dentes destapada que mais parece ter sido utilizada para polir pratas."
Retirado de Não gosto do meu pescoço de Nora Ephron
É como estar a ver-me ao espelho...
É curioso... Quando queremos muito uma coisa e estamos quase a consegui-la... deixa de ser possível!
Foi mais ou menos isto que aconteceu à minha viagem a Istambul. Já estava eu a sonhar com banhos turcos quando o universo deu uma volta e afinal vou para o Algarve (blaarrrgggg).
Enfim, quando não há nada a fazer... não se faz nada!
Mas acho injusto estar a olhar para Istambul por um canudo...sniff
... ele apareceu!
Eu e o R. tínhamos comprado os bilhetes em Abril (!!!) e finalmente chegou o dia. O D. foi ter connosco e lá fomos os três para o Passeio Marítimo de Algés, sem sabermos muito bem onde ficava. Afinal até foi simples, pois quando chegámos a Algés, um número considerável de pessoas caminhava na direcção do recinto do concerto.
A noite estava agradável e o recinto meio cheio (ou meio vazio). Creio que foi o concerto com o maior número de pacemakers por metro quadrado a que já fui (ehehehe, brincadeira). Na realidade, havia pessoas de todas as idades, mas ninguém abaixo dos 20 anos.
O concerto começou com "Dance me to the end of love" e a partir daí foi sempre a melhorar. Emocionei-me. Arrepiei-me.
Os músicos que acompanham Cohen são excelentes e o cantor é um verdadeiro gentleman. E sem dermos conta passámos três horas embalados na voz de Leonard Cohen.
Só tive pena de me ter esquecido da máquina fotográfica... Ah! E a organização também não era lá grande coisa...
Não sei o que acontece nas outras zonas do país, mas no Alentejo, assim que chega o Verão, toda a gente limpa a casa. Mas limpa mesmo! É uma azáfama de baldes, vassouras, detergentes, panos, escovas e todo o tipo de material de limpeza. Esvazia-se gavetas e armários, deita-se fora todo o lixo acumulado durante o ano, limpa-se chão, tecto e paredes.
Quando morava ainda com os meus pais esta era aquela época do ano em que me apetecia fugir de casa. Apesar de nunca ter sido muito massacrada com o trabalho braçal, o certo é que sempre me calhava qualquer coisinha para esfregar.
Agora, dou por mim em plena limpeza de Verão, bem à alentejana e de livre e espontânea vontade!!! Agora sou eu que lavo e limpo, esvazio gavetas e armários. Mas estou orgulhosa, a casa está a ficar mesmo com bom ar!
Será isto o envelhecer?!?!?
Louis Theroux, jornalista do canal inglês BBC, deslocou-se aos Estados Unidos e passou 3 semanas com um grupo religioso denominado Westboro Baptist Church. São cerca de 71 membros, liderados por Fred Phelps (a quem tratam por avô), quase todos ligados por laços familiares e que se autoproclamam a família mais odiada dos Estados Unidos.
Fiquei perplexa ao assistir à sua forma de actuação, bem como ao perceber (ou tentar perceber) os seus ideais. Não são pessoas violentas ou indelicadas, mas senti que havia uma grande raiva e agressividade em relação ao mundo. Consideram-se os únicos seres humanos que merecem a salvação de Deus e o resto do mundo, em especial os Estados Unidos, estarão condenados à ira desse mesmo Deus, pelas suas acções pecaminosas.
É normal encontrá-los em piquetes, junto a funerais de soldados mortos no Iraque, alegrando-se da morte do mesmo e empunhando cartazes onde se lê, por exemplo, Soldiers are fags.
São contra a homossexualidade, ao sexo fora do casamento, ter filhos sem estar casado. Consideram o 11 de Setembro como um acto justo de Deus.
Confesso que fiquei confusa, deixando de perceber onde termina a liberdade deste grupo se expressar e o direito de outros de não ouvir e ler coisas ofensivas.
Houve dois momentos que me marcaram de forma especial. Um deles, durante um piquete, onde uma menina de 7 anos segurava um cartaz onde estava escrito "Fag & troops" e que não fazia a minima ideia do que estava ali escrito e muito menos o que estava ali a fazer. Será um direito arrastar crianças tão pequenas para uma situação potencialmente perigosa e trabalhar nelas uma lavagem cerebral? Onde está a liberdade de escolhas?
O outro momento foi quando uma das jovens com quem o jornalista falou, defendia que tudo o que Deus faz é motivo de alegria, e por isso a morte de soldados é motivo de alegria. o jornalista contrapõe com a questão "E se fosses atropelada? O teu pai ficaria feliz com isso?" ao que a jovem responde afirmativamente, pois seria essa a vontade de Deus.
No final do documentário senti medo. Medo destas pessoas, do seu fundamentalismo e do desrespeito por coisas básicas, como a perda de uma vida humana.
Na verdade, estas pessoas não são odiadas, mas a maioria de nós tem dificuldade em perceber a sua mensagem, pois vai contra tudo aquilo que consideramos razoável.
Deixo aqui um pequeno excerto. Para ver o documentário completo podem ir a
http://video.google.com/videoplay?docid=-7735501683185935638
Foi este o filme que vi ontem. Recordou-me um episódio da adolescência, em que um colega meu, um dia chegou à escola, completamente histérico, porque ia viajar nesse Verão, com os pais, para os Estados Unidos. Se ele estava histérico, nós também não ficámos menos. Tendo em conta que não perdíamos um episódio da série "Marés Vivas", achámos, ele e nós, que todos os norte americanos seriam cópias dos nadadores/actores da serie.
O meu colega não parava de dizer que ia ver gajas boas, boazonas, enfim, todos os disparates próprios da idade e das hormonas!
Lá chegou o Verão e, ao voltar de viagem, o tal colega já não vinha assim tão satisfeito, pois só tinha visto gordas... gordas... as gajas eram todas gordas!
O filme documentário de Morgan Spurlock pareceu-me um pouco forçado e completamente suicida! Valeu, no entanto, o alerta para um dos problemas mais preocupantes da sociedade actual: a obesidade.
A minha classificação:
3 Tês!
Filme de amanhã: Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera
A vantagem de ter férias é que se pode fazer uma data de coisas que, ao longo do ano, são necessariamente adiadas, por falta de tempo e muitas vezes falta de paciência.
Certo é que acumulei alguns filmes e livros que queria ver e ler, e agora estou a tratar do assunto.
Assim, estou a ler "Margarita e o mestre" de Mikhail Bulgakov (quando terminar deixo as minhas impressões).
Ontem vi o filme "Good Bye Lenin" (Adeus Lenine), de Wolfgang Becker. A acção desenrola-se na Alemanha de Leste, em 1989, um pouco antes da queda do Muro de Berlim, onde uma família é utilizada como modelo, que nos mostra a realidade social do antes e do depois da reunificação, o que se perdeu e o que se ganhou. Há ainda espaço para o humor e para sentimentos fortes.
A minha classificação (de 0 a 5):
4 Tês!
Filme de amanhã: "Super Size Me"