"Passamos a vida a fugir de alguma coisa e à procura de outra. O nosso comum destino é chegar e partir.
Depois de duas semanas ternas e sossegadas com uma rapariga, a Inês, que conheci na inauguração de uma loja de móveis italianos, ela perguntou-me, amas-me? Disse-lhe, a nossa geração tende a confundir o sexo com o amor, gosto muito de ti. Ficou furiosa. Levantou-se da cama e, enquanto vestia umas calças, disse-me, és ignóbil. Atirou-me um cinzeiro que passou por cima da minha cabeça e bateu violentamente a porta atrás de si. Fiquei assustado. Mais ainda quando, passados uns minutos, ela me telefona e diz, num tom de voz agressivo, não penses que isto fica por aqui. Sempre tive mais medo de mulheres do que de homens, talvez pela mesma razão por que gosto tanto delas: são animais imprevisíveis."
Os corações também se gastam, Pedro Paixão
aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
e lá vais tu...
agora a quem vou pedir uma chaveninha de arroz?!? ou de açúcar?!?
e quem vai ficar com a chave da minha casa?!?
mas isto não é sobre mim... é sobre ti! É maravilhosamente sobre ti!
mas custa-me... custa-me barcelona!
e lá vais tu... e vou contigo, tal como ficas comigo! De outra forma não poderia ser.
e lá vais tu...
[Flickr - Galeria de Katherine Elizabeth]
Where's the good in goodbye?
Alguém me explica porque é que a SIC está a passar Casino Royale (James Bond) numa segunda-feira às 5 da tarde?!? Será que é feriado e nem me apercebi?!?
...
Resta-me entrar numa de sofá e bolachas de chocolate... é que ainda não vi o filme...
Hoje de manhã, um chinês a limpar a chuva que caía no chão do estádio olímpico com uma toalha de rosto...
Ou então, estou a começar a perceber o que é que realmente me aconteceu!
O Verão está a passar e eu não fiz nada! Nada de jeito, entenda-se!
Senão vejamos: não fui ao Boom, não fui ao Andanças, não fui ao Surf Fest, não viajei, não conheci coisas novas, não visitei amigos... mas que raio andei eu a fazer?!?!?
Estive no Algarve... passei duas semanas na praia desde o nascer até ao pôr do sol... e comi! Bolas de Berlim com creme, crepes de chocolate, conquilhas, peixe grelhado, tostas mistas em pão caseiro, pastelaria variada, pães de Deus, pizzas, sopas, sandes das mais variadas composições, iogurtes, frutas, saladas, pastéis disto e daquilo, vodkas seven up. Não satisfeita, ainda fui ao país vizinho empanturrar-me de puntillitas, camarão, saladas várias, solomillo, choco frito, calamares, jámon e muitas cañas e tinto de verano!
Ainda nem sequer me fui pesar... tenho tempo para ver os estragos...
Nestes dias tenho estado na praia. Com algas, vento e muitas bolas de Berlim com creme!
A praia para mim é feita na zona de toldos, que é quase como estar rodeada de uma grande família. Afinal, ouvimos as conversas uns dos outros e muitas vezes acabamos o Verão a conversar com as pessoas que estão ao nosso lado, não por questões de afinidade, mas simplesmente por uma questão de geografia.
Há uns dias assisti ao início e subsequente final do chamado "amor de verão" que, na realidade, fica enterrado na areia da praia ou é levado pelas ondas do mar. Não foi um acontecimento triste ou feliz. Apenas aconteceu. E por que assim tinha que ser.
Cheguei agora a casa. Tenho sono e estou cansada. Os pés doem-me. Calcei aqueles sapatos giros mas desconfortáveis. As pálpebras pesam-me. Quem me manda a mim beber sangria. Já devia saber que o vinho me dá sono.
Sei que a forma como gosto de ti é problema meu. Sei ainda que o modo como o demonstro é ainda mais problema meu. E descobri agora, nestes dias solitários, que os subterfúgios que encontro para esconder o que sinto, esses sim, são um grande problema meu.
Há pouco ligaste-me. Quando o telemóvel começou a tocar pensei que era giro, eu estar a pensar em ti e tu telefonares-me. Depois apercebi-me do absurdo, visto que passo a maior parte do tempo em que estou a acordada a pensar em ti.
Sinto-me zonza.
Estou rodeada de pessoas que, com as suas certezas e opiniões tão cimentadas, me levam a não querer falar. É que já sabem tudo e eu não sei quase nada sobre tudo aquilo que há para saber. Mas ao invés de me incomodar apenas me deixa vontade de voltar para a minha concha. A pérola não é grande mas é minha e é das verdadeiras.
Um alarme de um Café tocou há pouco. Durante muito tempo.
Espero ver-te em breve. Espero encontrar-me entretanto. Acho que o meu GPS interior está avariado.