Nunca fui boa a fazê-los. E descobri cedo, ainda na escola secundária, onde (e nem sei muito bem porquê) tinha uma disciplina de contabilidade. Tínhamos que fazer balanços de empresas fictícias e recordo-me que no final os valores tinham que coincidir. Claro que nunca consegui realizar tal feito e apenas passei com nota positiva porque era boa aluna em tudo o resto. :)
Parvoíces à parte, balanços não é comigo. Não dá. Não sou objectiva e perco-me em divagações. Sou mais para a filosofia.
No ano que estamos agora a deixar houve espaço para muita coisa. Boa e menos boa. O humor foi flutuando como as estações do ano, entre excessos e privações de tudo e mais alguma coisa. O equilíbrio, esse, é o mais complicado de conquistar.
Como as resoluções para 2008 ainda estão meio por realizar (algumas!!!) este ano não me resolvi a fazer nada no próximo. Vou andar ocupada a viver com o que surgir e logo se verá.
A todos um bom ano de 2009. Vão beber porque dia 1 de Janeiro sem ressaca não tem sentido.
À volta de uma mesa de um bar de jazz, copos de imperial, garrafas de minis e taças semi-vazias de pipocas, misturavam-se com maços de cigarros vazios, cinzeiros sujos e isqueiros coloridos.
Conversava-se sobre tudo e nada, daquelas conversas que se repetem ano após ano. Como está a tua vida, como está a minha, como vai o mundo, o melhor filme do ano, como vai o coração, está partido ou já sarou.
Quantas vezes disseste amo-te? Quantas vezes o sentiste? E como o sentiste? Foi sempre igual? Diferente? Porquê? O que foi que aconteceu no caminho?
Crescemos a ouvir amo-tes em todo o lado. E quase que nos sentimos obrigados a dizê-lo também, com receio de que algo fosse faltar à nossa existência.
Hoje já não dizemos. Ganhámos esse direito. Somos mais reais e mais maduros. Já não nos deslumbramos da mesma forma, o que não é forçosamente mau. Apenas não é igual.
Descansamos.
Voltaremos a dizer amo-te aos nossos netos.
O Natal já passou. Não custou nada! Minto... custou um bocadinho...mas foi compensado com horas de ócio e prazer na companhia de pessoas com quem, em todos os outros dias, não se costuma estar, por inúmeras razões.
Se gostei? Nem por isso, mas nem sempre podemos pensar só em nós e na nossa existência. Natal é dar um pouco do nosso tempo a quem dele tem saudades, certo? Por aí fiz a minha parte.
Um amigo dizia-me que não gostar desta época está na moda. Fica bem e é fashion. Nada me poderia interessar menos. Nem quero saber. Não passa por aí a minha falta de vontade natalícia.
Na verdade, já me habituei a estar sem ti e espanto-me cada vez que penso nisso. Não é que eu não acreditasse em mim ou nas minhas capacidades, mas cheguei a duvidar delas. Dei-te ouvidos quando me dizias coisas inoportunas em momentos não mais oportunos.
Tinha medo que o ar deixasse de ser respirável pela força da tua ausência e comprovei o oposto.
Não sei quantas luas ainda irão passar para me passar, a mim, o vazio que cá ficou. Entretanto, vou-o preenchendo com coisas reveladoras do mundo que me rodeia e que aprendi a viver.
E decidi que me vou casar com o primeiro grande amor que me aparecer pela frente, pois não sei amar de outra forma nem tão pouco relativizar a paixão. Para mim, todos os amores são grandes, pois são os meus.
E as horas nunca voltam para trás.