[Rasha xo]
O senhor tem um ar de tontinho. Tudo bem. Estamos no Carnaval (e para me lembrar disso as 4300 máscaras que tive que construir com os putos e ainda ensiná-los a dizer serpentina, que, pode parecer fácil, mas quando se tem dois anos é uma dificuldade).
Bom Carnaval, deixo-vos com o senhor tontinho.
Já não sei se foi com Machado de Assis, se com Agustina Bessa-Luís que aprendi a riscar livros. Ler com um lápis de carvão na mão, com o poder de sublinhar, escrever apontamentos nas margens e fazer círculos à volta de palavras, revelou-se imprescindível. É um reescrever de cada página. Não apenas consumir palavras, mas pensar nelas, senti-las.
Sublinhado de hoje (com o traço bem carregado e muitos pontos de exclamação nas margens):
" (...) É isso que assegura a sobrevivência do sistema e permite que sejamos capazes de fazer a substituição dos que envelhecem ou vão ficando pelo caminho. Eu não sei se já te contei que, num formigueiro, oito em cada dez formigas não fazem nada, só atrapalham, mas a sobrevivência do formigueiro é assegurada pela reserva daqueles oitenta por cento de desperdício das formigas ociosas. Se todas tivessem uma função, tu pisavas um formigueiro e ele ficava incapaz de se recompor. Tu não vês que é mais ou menos o que está a suceder a esta engrenagem onde vocês estão metidos? (...)"
O Riso de Deus, António Alçada Baptista
Inicia-se a contagem decrescente. É oficial e o boss até já me deu os améns: daqui a uns dias estarei em Praga (com P e não B...).
Vou com o minímo de informação possível. Não procurei nada, não pesquisei, não sei o que visitar. Vou-me perder na cidade e esperar que me encante.
(Imagem retirada da net de olhos fechados )
Como hoje a sociedade nos formatou para estarmos todos apaixonados e fofinhos (tipo Natal, mas apenas com um destinatário), e como isto das convenções me aborrece solenemente, não vou jantar com o R., nem fazer nenhum programa estúpido.
Vamos os dois jantar com a malta e depois copos e tal, porque afinal, durante este tempo, o núcleo duro também tem namorado connosco.
Porque será que quando escrevemos um "lol" no final de uma barbaridade, podemos dizer tudo aquilo que nos vem à cabeça, sem que o outro se possa sentir ofendido?
(ainda vou ter que reflectir sobre isto...lol...)
I would say I'm sorry
If I thought that it would change your mind
But I know that this time
I've said too much
Been too unkind
I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try and
Laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
Boys don't cry
I would break down at your feet
And beg forgiveness
Plead with you
But I know that
It's too late
And now there's nothing I can do
So I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try to
laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
I would tell you
That I loved you
If I thought that you would stay
But I know that it's no use
That you've already
Gone away
Misjudged your limits
Pushed you too far
Took you for granted
I thought that you needed me more
Now I would do most anything
To get you back by my side
But I just
Keep on laughing
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
Boys don't cry
Boys don't cry
Os acontecimentos nas nossas vidas, bons ou maus, funcionam como os marcadores dos livros. Colocamo-los ali, para não nos esquecermos da página, para podermos retomar a história. Tal como na vida.
E, quando penso nisso, penso também que, o meu perfil de leitora é um espelho de como sou. Tenho 5 livros espalhados pela casa, todos a meio e nenhum terminado. Porque ler o livro é mais emocionante do que chegar ao fim da história. Ir vivendo é também mais emocionante que ter todos os problemas solucionados.
Hoje comprei mais um livro. Hoje deverá surgir-me mais um obstáculo.