Finalmente!!!
E tudo bem que agora não consiga encontrar papel fotográfico em Lisboa e que vá gastar um ordenado mínimo numa encomenda, directamente de Inglaterra aqui para o meu estabelecimentozinho...
Estar aqui ao canto tem destas coisas...
A vida é tão, mas tão, mas mesmo tão injustaaaaaaaa!!!!!!!!
É sempre o mesmo. Nozes a quem não tem dentes e pérolas a porcos. Ó Universo, estou aqui pá! E tenho dentes, vês?!?
Porque todos temos uma vaca louca dentro de nós(???)!
Hoje estou cansada... com aquele cansaço fisíco, que faz doer o corpo (sim, isto hoje não tem nada a ver com cansaços da vida e essas coisas do pensamento e do sofrimento). Vou tomar um banho e cair no sofá mais próximo.
Isto de sair à noite é uma arte! Não é fácil estarmos ali, nós e os nossos problemas, a tentar fazer com deixem de ser problemas. Tentamos divertir-nos e pasarlo bién. E todos os outros provavelmente também estarão a fazer o mesmo, ou outras coisa mais ou menos parecidas. O que é facto é que estamos todos ali e temos que nos aturar.
E como se não bastassem aquelas conversas que vêm ter connosco directamente, ainda sofremos danos auditivos colaterais. Quando são frases interessantes ou giras ou, vá, engraçadas, tudo bem. Mas assim...
Dizia um jovem para a sua vítima: "Conheces este som?? É Pearl Jam..."
Ó meu amigo... Pearl Jam?!? É claro que ela não conhece, aliás quem é que conhece?!? Só tu, provavelmente, que deves ser iluminado (nem quero eu imaginar por que tipo de luz).
Juro que não sou preconceituosa. Aliás, vivi (e ainda vivo)o trauma de apelidarem a minha geração de rasca, mas bolas, há um mínimo. Esta malta mais nova não tem noção. De nada. Só de que há uma banda que se chama Pearl Jam... não sei se conhecem...
(Pelo menos para mim... Há coisas que não têm explicação...e pronto.)
Porque é que "separado" se escreve tudo junto e "tudo junto" se escreve separado?
Chego a casa.
Vou buscar um café.
Os cigarros.
Sento-me no sofá, de portátil ao colo e tento escrever qualquer coisa que faça sentido, mesmo que apenas para mim, com o objectivo geral de não me sentir tão miserável.
Já sabia que isto ia acontecer, mas uma coisa é perspectivar, outra é estar lá. E os tempos não se mostram mais meigos. Exerço assim uma pequena auto futurologia, que na realidade não passa de um "tomá lá, que é para não seres parva, estavas à espera do quê?".
Na bolinha de cristal vejo, novamente (é sempre novamente!!!), dias compridos, sem objectivo. Passeios em mim, exposições de outros, falta de vontade para o dia, noites sem fim à frente da televisão, filmes, livros, tudo misturado numa falta de interesse própria de quem tem tempo para tudo e não tem disponibilidade interior para nada.
Já estive lá, já sei como é. E é isso que me assusta. Conhecer os meandros da falta de tudo.
Bebo o café.
Acendo um cigarro.
Acendo outro.
Não vou viver isto agora. Tenho tempo. Tenho tempo para desesperar quando o desespero se instalar. Ou será que já o fez?
Baralho os pensamentos e volto a dar. Mas vai dar ao mesmo...