Sim, eu também faço parte daquela classe de pessoas que após a Universidade não eram avaliadas, ou, pelo menos, não o eram formalmente. É que, ser professor, é quase como ser jogador de futebol (mas sem o dinheiro e com mais conjugações além da 3ª pessoa do singular): toda a gente dá palpites, toda a gente sabe mais que tu, toda a gente tem uma palavra a dizer e toda a gente faria muito melhor trabalho se estivesse no teu lugar. Mas, na realidade, não é toda a gente que está lá. Somos só uns quantos, que ainda achamos que podemos mudar isto e formar mentes boas para que, na idade da reforma, Portugal seja governado por alguém um bocadinho melhorzinho e que não dê erros ortográficos. Ah! E somos também os únicos, ou dos poucos, que compramos material do nosso bolso para podermos trabalhar! (mas isso agora não importa)
E cá estou eu a braços e mãos e cabeça com o meu relatório de auto-avaliação, onde tenho que escrever porque é que sou boa professora e porque razão a minha entidade patronal me deve dar mais uns trocos no próximo no lectivo. E eu escrevo, com aquele gostinho de quem está na faculdade, mas com mais dinheiro (vá lá!) e também mais responsabilidade.
Eu não sou contra a avaliação dos professores. Juro que não. Não suporto são os moldes em que é feita. Então vamos lá ver: tive uma (sim, UMA) aula observada pelos meus superiores, ao longo de todo o ano lectivo. E avisaram-me do dia e da hora em que iriam estar na minha sala. Agora pergunto: mesmo se eu fosse um estupor, cheia de más intenções e de práticas ainda piores, não iria eu, nessa meia hora, ser espectacular?!?!?
E agora tenho que escrever uma data de coisas, giras até, mas que, mais uma vez, eu poderia ser um estupor e escrevê-las na mesma.
E agora a pergunta para os €5000: PORQUÊ?!?!? PARA QUÊ?!?!? EM QUE MEDIDA É QUE ISTO VAI DISTINGUIR OS BONS DOS MAUS PROFESSORES?!?!?
Na realidade, penso que não serve para nada... a não ser para me f#&»" o fim-de-semana!
Foram à praia? Eu não!
Pfff