"Vão-se foder" é o mote. Já lemos todos no facebook aquele texto que alguém inspirado escreveu onde, muito directamente, diz o que todos pensamos. E, se de nada serviu, pelo menos o seu autor deve ter-se sentido de alma lavada por ter tirado cá para fora as ideias que lhe moíam o pensamento.
Fiquei a pensar os quantos "vão-se foder" me apetece dizer e escrever e gritar e grafitar em carros e paredes desta cidade.
Vão-se foder os administradores das empresas, que são uns corruptos e putanheiros, que usam e abusam do trabalho e dedicação de pessoas sérias, para ganharem cada vez mais dinheiro que, por sua vez, lhes patrocina as viagens e as idas aos bares de alterne.
Vão-se foder os directores que compactuam com os administradores e, a um nível mais pessoal, nos infernizam a vida, tomam más decisões, são incompetentes, preguiçosos mas capazes de aceitar os louros do trabalho de toda a gente apesar de não fazerem absolutamente nada de útil. Perda inútil de oxigénio.
Vão-se foder alguns (não todos) clientes dessas empresas, que são chatos e aborrecidos, não cumprem o que está estipulado mas estão sempre a exigir. Arrogantes, mal-formados, estupores representantes de uma classe alta de merda, onde parecer é muito, mas muito mais importante do que realmente ser.
Vão-se foder algumas das pessoas que trabalham nessas empresas, que só olham para elas próprias e são burras, mas daquelas mesmo burras, que vêem a casa dos segredos e discutem o tópico ao almoço.
Vão-se foder as horas de trabalho extraordinárias não pagas, escravatura, o trabalho sem horário, onde só há hora de entrada e não se discute a hora de saída, que está apenas no papel e é fictícia. E vão-se foder as pessoas que compactuam com isto e que ficam a olhar de lado quando, às nove da noite, te levantas da secretária onde estás sentado a trabalhar desde as oito da manhã, para finalmente ires para casa e poderes estar umas horas com aqueles de quem realmente gostas.
Vão-se foder os betinhos de merda, já não há paciência para vocês. Sair à noite em locais que vocês insistem em invadir, apesar de ninguém vos querer lá, é desesperante. Beber um copo, conversar ou sair para dançar torna-se praticamente impensável se as vossas calças beige e os vossos gritos histéricos estão presentes. Cresçam. Evoluam. O mundo está todo a mudar e vocês são sempre iguais, todos iguais, fotocópias?
E um último grande vão-se foder para quem está em locais de atendimento ao público e é pouco profissional, antipático e mal-educado, como se a culpa de estar a fazer uma coisa de que não se gosta e ser mal pago por isso fosse dos outros. Vão ser trombudos com os vossos chefes porque aqui deste lado existem pessoas com as mesmas queixas e insatisfações e sem responsabilidade nenhuma acerca da vossa situação.
(De facto, a alma fica mais leve...)