... hoje foi dia de pão de Deus grátis, na Padaria Portuguesa!
Sim, o meu bairro ganhou e lá fui eu buscar os pães, que são óptimos.
Amanhã acho que vou ter um bom pequeno-almoço.
Se eu não fosse casada, casava com esta banda...
Até ontem à tarde, a vida decorria pacifica e amena {dentro do género}.
Depois de ontem à tarde, descobri uma nova faceta da maldade humana.
Eu, que não sou do género de guardar tudo para mim, gritei, esperneei, disse um monte de asneiradas, telefonei aos amigos, chorei, bati com portas, bebi vinho, fumei e descabelei-me {não sei se por esta ordem}.
Hoje, ainda o relógio não tinha dado as nove e meia da manhã, já tinha recebido:
1. Uma garrafa de vinho tinto {do bom!}
2. Um provérbio chinês: "Não discutas com um imbecil, que ele faz-te descer ao nível dele e vence-te em experiência."
Conclui que, para cada pessoa má com quem nos cruzamos, aparecem pelo menos três que são daquelas mesmo boas. Enquanto o saldo for este, ó universo, podes continuar a mandar malta que não vale a pena. Estás à vontade.
Hoje o R. {meu marido e ilustre desempregado} foi a uma entrevista de emprego.
No escritório da nossa casa.
Pelo skype.
{sim, também já recebeu a carta para devolver 6% do subsidio de desemprego, com efeitos retroactivos...}
... obrigada por me recortares!
Hoje, um amigo {joanalista e portanto muito mais bem informado do que eu} publicou no facebook que o melhor seria pensarmos em ir viver para debaixo da ponte em vez de pensarmos em nos manifestar em cima dela {dela, da ponte, claro está!}.
Enviei-lhe uma mensagem onde escrevi que, para tal, deveríamos ser rápidos, pois debaixo da ponte poderá deixar brevemente de ter vagas ou até mesmo ter uma renda exorbitante, que nós, comuns mortais {que trabalham para viver} talvez não conseguíssemos pagar.
Há uns dias, aqui os meus vizinhos do bairro social, envolveram-se {mais uma vez} numa acesa discussão. Alguém partiu um vidro de um carro aqui estacionado e roubou aquilo que estava no seu interior. O tema da discussão, desta vez, não era o desacordo acerca da presença da polícia {que entretanto alguém chamou}. Era apenas que, à porta de casa não se rouba. "Eu posso ser o maior ladrão do mundo mas não roubo no meu bairro" - dizia um jovem indignado. Fiquei feliz com tal declaração e com o facto de o meu carro estar a salvo!
O que é que estas duas situações têm em comum?
Em teoria, nada.
Na prática, tudo.
Conclui que os meus vizinhos do bairro social são {de longe} mais honestos que os membros do governo. Não me roubam o carro. Não me tiram o dinheiro. Nem vão viajar às minhas custas. E, por eles, eu não tenho que ir viver para debaixo da ponte.
Passos Coelho e Rui Machete estão, entretanto, a passear-se pelo México. Ora aí está um sitio onde nunca estive, mas que até gostava de visitar um dia destes {de preferência sem ser como empregada doméstica de uma família mexicana abastada}. Pode ser que o avião, no regresso, caia. Matava-se um coelho com um machete só...
Li, há poucos minutos, no site da CNN, que o Josh, finalista do programa Masterchef (temporada 3) se suicidou.
Eu vejo o programa, e, não sendo fanática, gosto.
Choca-me que alguém com a vida pela frente desista. E choca-me que alguém com tanto talento e, provavelmente, com um futuro brilhante desista.
Neste caso, como explica a notícia, o rapaz estava doente, tendo-lhe sido diagnosticada esquizofrenia. Mas, e mesmo assim, não deixa de me chocar.
E fiquei a pensar que, aquilo que vemos, seja na televisão, na rua ou no café, a vida dos outros que nos pode parecer perfeita, muitas vezes não o é.
Cada um trava as suas batalhas, com outros ou consigo próprio. Ninguém tem uma vida perfeita e ninguém tem tudo aquilo que quer.
Por isso, eu {eterna insatisfeita}, hoje {e apenas hoje!}, vou guardar a viola no saco e ficar feliz com o que tenho. O universo, apesar de me fazer suar para o conseguir, até me tem dado aquilo que quero.
STAY GOLDEN!
visto aqui