Tenho saudades tuas. Daquelas saudades que me cansam o peito e fazem a barriga doer. Nunca me curei de tua morte e agora acho que nunca irei fazê-lo.
Sinto falta dos teus beijos, dos teus abraços e de ser princesa pelas tuas palavras doces e gentis, de um cavalheiro de outros tempos.
Lembro-me dos teus olhos tão azuis, que eu não tenho. E lembro-me do teu nariz esquisito e do teu mau-feitio, que tenho, tal como tu. Igual a ti.
Quando passo pela tua casa sinto uma esperança quase infantil de ainda te ver lá, à porta, a sorrir.
E choro, mil vezes, mil lágrimas. Faço uma birra a mim própria, não querendo acreditar que nunca mais te vou ver, tocar as tuas mãos ou rir-me das tuas graças, também elas de outros tempos.
E escrevo-te, porque não sei fazer mais nada. Porque me viste surgir no mundo e eu tive que te ver sair dele.