Se, por acaso, me vires por aí,disfarça, finge não ver. Diz que não pode ser, diz que eu morri num acidente qualquer. Conta o quanto quiseste fazer, exalta a tua versão.Depois, suspira e diz que esquecer é a tua profissão. E ouve-se, ao fundo, uma linda canção de paz e amor...
Se, por acaso, me vires por aí, vamos tomar um café. Diz qualquer coisa, telefona, enfim, eu ainda moro na Sé. Encaixotei uns papéis e, não sei, se hei-de deitar tudo fora... Tenho uma série de cartas para ti, todas de uma tal de Dora... E ouve-se, ao fundo, canções tão banais de paz e amor...
Se eu, por acaso, te vir por aí, passo sem sequer te ver. Naturalmente que já te esqueci e tenho mais que fazer. Quero que saibas que cago no amor, acho que fui sempre assim. Espero que encontres tudo o que quiseres e vás para longe de mim. E ouve-se, ao fundo, uma velha canção de paz e amor...
Na sexta-feira, acho que te vi, à frente da Brasileira. Era, na certa, o teu fato azul e a pasta em tons de madeira. O Tó talvez queira te conhecer, nunca falei mal de ti. A vida passa e era bom saber que estás em forma e feliz. E ouve-se, ao fundo, uma triste canção de paz e amor...