Uma amiga que tenho, daquelas desde a infância, tem uma frase que é o seu ex-libris. Diz ela: "Quando sentires que a cabeça te vai rebentar de tanta irritação, conta de 127 para trás que passa...".
Hoje tentei fazê-lo, mesmo a sério e, cara amiga, lamento dizer-te que 127 é um número demasiado pequeno para mim, pois quando cheguei ao zero continuava num estado de irritação que nem te passa...
Raios parta.
O que salva a situação é que, as mães, entre o seu estado normal em que só conseguem dizer coisas parvas e chatear e mandar-nos arrumar as gavetas da nossa própria cómoda na nossa própria casa, têm momentos de lucidez alucinante e conseguem dizer caga nisso, com toda a classe e sem utilizar as asneiras.
Valha-nos isso.
Preciso de ir viajar...mesmo.
Juro que te odeio!
Odeio-te tanto porque és um bicho nojento, sem espinha vertebral, disforme e idiota, que tenta mandar em mim (e vai conseguindo! P******!), sem perceber nada daquilo que faz a vida ser vida.
Odeio-te porque és incompetente, a roçar o burro, com falta de saber-ser e saber-fazer.
Odeio-te tanto que, se não fosses o chefe, apenas serias daquelas pessoas de quem se foge para não ter que se aturar na hora de almoço, com conversas e ares de cocó.
Espero que vás trabalhar amanhã (que até é feriado e tudo...) o que mais uma vez mostra a tua incompetência! Eu vou beber copos e passar o feriado a fazer o que me apetecer.
Bitch!
Lai lai lai
Já António Sala(remember?!?) dizia que a vida é uma estrada bifurcada. E eu estou farta de bifurcações.
Estou assim a criatura mais baralhadinha do país. Já não sei quem sou e, o pior, é que não me consigo ver livre de mim.
Para (me?!?) compensar compro livros, que eu não sou uma gaja normal e a roupa não me levanta o humor. Hoje gastei 50 euros em livros, que não sei quando vou ter tempo para ler. Mas tê-los na estante e ter ficado mais pobre faz com que fique com menos peninha (juro que é a verdadeira e única palavra que descreve como estou comigo) de mim!
É uma peninha tão grande, tão grande, que só me falta passar a mão na minha própria cabeça e ir para uma reunião qualquer de qualquer coisa anónimos. Daqui a uns dias alcoólicos já dá, tendo em em conta a quantidade de álcool que tenho ingerido. E o mais grave, ou não, é que nem por sombras me apetece parar.
Os dias passam assim, um atrás do outro, e remeto-me a cumprir com as minhas mais básicas obrigações, num desespero interior que até dá pena, tal o quadro de miséria que se apresenta.
Por outro lado, estou farta de me queixar. FARTA!!! Mas não faço outra coisa e não me ajudo.
No trabalho não consigo manter uma conversa, as bimbis são umas chatas e só falam nos filhos e, enquanto isso, fujo para fumar. Eu sei lá se quero ter filhos! Tudo bem que o tempo não pára e que qualquer dia já nem é humanamente possível eu gerar nada, mas no pé em que as coisas estão nem quero saber!
Agora que já escrevi coisas non-sense ao som da Billie (Holiday, claro!) vou encher a banheira e tomar um banho, enquanto me tento esquecer de mim e de tudo e de todos. Dassssssssssss!
E lá ando eu... para cima e para baixo...
Ó paz de espírito... onde estás?!?!?
Ou então, estou a começar a perceber o que é que realmente me aconteceu!
O Verão está a passar e eu não fiz nada! Nada de jeito, entenda-se!
Senão vejamos: não fui ao Boom, não fui ao Andanças, não fui ao Surf Fest, não viajei, não conheci coisas novas, não visitei amigos... mas que raio andei eu a fazer?!?!?
Estive no Algarve... passei duas semanas na praia desde o nascer até ao pôr do sol... e comi! Bolas de Berlim com creme, crepes de chocolate, conquilhas, peixe grelhado, tostas mistas em pão caseiro, pastelaria variada, pães de Deus, pizzas, sopas, sandes das mais variadas composições, iogurtes, frutas, saladas, pastéis disto e daquilo, vodkas seven up. Não satisfeita, ainda fui ao país vizinho empanturrar-me de puntillitas, camarão, saladas várias, solomillo, choco frito, calamares, jámon e muitas cañas e tinto de verano!
Ainda nem sequer me fui pesar... tenho tempo para ver os estragos...