Ontem foi um dia difícil.
Hoje também.
Acredito que amanhã também vai ser e os próximos dias que se seguirão.
Recebi duas {péssimas} notícias, que me deixaram até agora doente, agoniada, com vontade física de vomitar. A situação é tão triste que nem me permiti deitar uma única lágrima.
Lembrei-me do tempo em que éramos todos miúdos.
Do tempo em que o deixámos de o ser.
Só não me tinha preparado para o facto que, naturalmente, vamos todos envelhecer {e desaparecer}.
Como será daqui a 20 anos? A 30? Ainda estaremos todos? Já teremos dito adeus a alguém?
E é como uma nuvem, que paira aqui, bem por cima da minha cabeça e se recusa a sair.
Dói-me a alma, dói-me muito.
Apetece-me gritar, saltar, arrancar tufos de cabelo.
Vou abrir uma garrafa de vinho.
Vou percorrer a lista de a a z e telefonar a toda a gente e dizer tudo o que me vai na alma.
Não acredito em homenagens póstumas. O amor deve ser dito enquanto estamos todos cá.
Gosto muito de ti {sendo este 'ti' uma data de pessoas, que fazem a minha história}.
... friends come and go,but there are a precious few you should hold on.
Aconteceu recentemente {recentemente na óptica dos meus 34 anos...}. A realidade bateu-me na cara ou melhor, deu-me um murro na cabeça. E aí acorda-se e percebe-se. Depois fica-se triste e consequentemente continua-se a viver, mais pobre mas mais desperto. E aquilo que percebi é que não percebo nada sobre amizade. Não sei o que é suposto fazer para alcançar a tal coisa do "ser amigo". E descobrir isto tão tarde na vida deixou-me meio atordoada, fez-me sentir um bicho feio, excluído e anti-social. Senti-me, de novo, com 4 anos, naquela vez em que um miúdo me disse que gostava mais da irmã do que de mim! Na altura não percebi porquê e, agora, trinta anos passados, é com a mesma perplexidade que não entendo isto da dita, suposta e complexa, amizade.
Felizmente, existes tu {e eu volto a perceber a amizade}.