Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013

urbanização "Under the Bridge"

Hoje, um amigo {joanalista e portanto muito mais bem informado do que eu} publicou no facebook que o melhor seria pensarmos em ir viver para debaixo da ponte em vez de pensarmos em nos manifestar em cima dela {dela, da ponte, claro está!}.

Enviei-lhe uma mensagem onde escrevi que, para tal, deveríamos ser rápidos, pois debaixo da ponte poderá deixar brevemente de ter vagas ou até mesmo ter uma renda exorbitante, que nós, comuns mortais {que trabalham para viver} talvez não conseguíssemos pagar.

 

 

Há uns dias, aqui os meus vizinhos do bairro social, envolveram-se {mais uma vez} numa acesa discussão. Alguém partiu um vidro de um carro aqui estacionado e roubou aquilo que estava no seu interior. O tema da discussão, desta vez, não era o desacordo acerca da presença da polícia {que entretanto alguém chamou}. Era apenas que, à porta de casa não se rouba. "Eu posso ser o maior ladrão do mundo mas não roubo no meu bairro" - dizia um jovem indignado. Fiquei feliz com tal declaração e com o facto de o meu carro estar a salvo!

 

 

O que é que estas duas situações têm em comum?

Em teoria, nada.

Na prática, tudo.

Conclui que os meus vizinhos do bairro social são {de longe} mais honestos que os membros do governo. Não me roubam o carro. Não me tiram o dinheiro. Nem vão viajar às minhas custas. E, por eles, eu não tenho que ir viver para debaixo da ponte.

 

Passos Coelho e Rui Machete estão, entretanto, a passear-se pelo México. Ora aí está um sitio onde nunca estive, mas que até gostava de visitar um dia destes {de preferência sem ser como empregada doméstica de uma família mexicana abastada}. Pode ser que o avião, no regresso, caia. Matava-se um coelho com um machete só...

 

 

publicado por daily às 18:23

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Terça-feira, 5 de Março de 2013

a popularidade de gaspar {esse estúpido}

 

 

publicado por daily às 20:20

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Segunda-feira, 5 de Novembro de 2012

girlhunt

Ontem , às 19 horas em ponto, recebi um e-mail da Autoridade Tributária e Aduaneira. Eu até copiava para aqui o conteúdo deste querido contacto que o Estado Português me fez, mas estive a ler a letras pequenas e os tipos dizem que não posso senão vou presa. Eles não dizem bem isso, mas foi o que eu li nas entrelinhas das letras pequeninas.

Basicamente o que os senhores que me roubam descaradamente me queriam dizer no e-mail é que me estão a incentivar a exigir facturas de TUDO, tudinho o que eu comprar. É que se eu exigir factura de TUDO, tudinho, o PIB vai aumentar, as receitas fiscais vão aumentar e eu não vou pagar mais impostos, a justiça entre os contribuintes também vai aumentar e vou ainda diminuir o défice orçamental e criar condições para uma futura redução da carga fiscal. E, last but not the least, vou criar condições para que Portugal possa ultrapassar com rapidez a fase dificil em que se encontra (tudo ideias deles, não minhas). Até escrevem "o nosso país", tão fofinhos. Fiquei com uma lagriminha, pequena, mas ainda assim uma lagriminha.

Gostava de conhecer  alma inspirada que escreveu tão patriótico texto, pois certamente não foi a pessoa que assinou o mail.

Ainda tentei responder ao senhor da Autoridade Tributaria e Aduaneira para lhe perguntar se ele acha que com aquilo que me está a roubar eu vou ter dinheiro para comprar o que quer que seja em 2013 (e pedir a respectiva factura, claro!) mas, e como esperado, era daqueles mails no-reply. E fiquei com pena. É que isto não é assim. Ou mandam mails que se possam responder ou então estejam sossegados.

Outro ponto de irritação foi estar tudo mal escrito, ao abrigo de uma das coisas mais estúpidas que já por aqui se fez, de seu nome acordo ortográfico. Ele era "fatura" para cá e "efetuar" para lá. Enfim, uma pobreza.

Para finalizar ainda me ameaçam a dizer que me vão enviar mais mails.

É preciso ter uma paciência...

 

publicado por daily às 20:21

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Sexta-feira, 26 de Outubro de 2012

tears of joy

"Insultos, ameaças e agressão física. Deputados já sentem na pele o aumento da tensão social. Fora e dentro do Parlamento.

O protesto de um grupo de empresários do sector da restauração nas galerias da Assembleia da República, na quarta-feira – enquanto se discutiam propostas da esquerda para que o imposto sobre o IVA seja reposto nos 13% – é o episódio mais recente da contestação que tem afectado os deputados nas últimas semanas. Mas o confronto já passou a barreira dos insultos e os limites do Parlamento.

Um dos casos mais graves aconteceu com Duarte Pacheco, do PSD, à saída da Assembleia da República (AR), no dia em que Vitor Gaspar ali entregava o Orçamento do Estado, sabe o SOL. Com centenas de manifestantes a cercar o Parlamento, o deputado social-democrata viu o seu carro oficial ser atacado a murros e pontapés quanto tentava sair da garagem da AR. «Ficou um bocado amachucado», diz o secretário da mesa da AR.

Atrás, o carro oficial de Teresa Morais, secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, tentava também sair da garagem, mas acabou por fazer marcha-atrás. Seguia-se José Luís Ferreira, deputado de Os Verdes, que foi avisado pela segurança do Parlamento de que o melhor era não sair. O deputado foi jantar e quando voltou às 23h, a situação ainda não era segura. Foi para casa «de transportes públicos» e deixou o carro na garagem da AR.

Estes incidentes ocorreram num ambiente de crispação colectiva, com a manifestação junto ao Parlamento. Porém, também o dia-a-dia de alguns deputados já começa a ser ameaçado por protestos e gritos de ordem contra a classe política."

Jornal Sol, 26/10/2012

 

 

Quase que me caía uma lagriminha...

Quando é que os políticos portugueses começam a perceber que isso de ser desonesto com o dinheiro dos outros e estragar a vida das pessoas e no fim sair impune está a acabar?

 

 

publicado por daily às 19:33

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Quinta-feira, 18 de Outubro de 2012

i would cuddle you so hard...

Pela primeira vez em toda a minha vida tive medo de comprar uma viagem e estou fu!

Tive medo de gastar o dinheiro! Fiquei a pensar se, com isto tudo que para aqui anda no Reino de Pernas para o Ar, não iria (irei) precisar do malvado do dinheiro mais tarde. Para pagar o IMI, a prestação da casa ao banco, o seguro do carro ou, em última instância, para ir ao supermercado comprar papas (que pelo que li está assim no top mais das vendas!).

E fiquei mesmo mesmo mesmo zangada. Comigo, por me permitir pensar assim, sinal de que aqueles filhos de uma grande senhora estão a conseguir entrar na minha cabeça. E ainda mais zangada com essa corja de malandros, corruptos e criminosos por tentarem mandar na minha vida!

Eu não estou propriamente em casa o dia todo a coçá-los para ter que contar moedas para ir viajar, que é o que me faz levantar da cama todas as manhãs para aturar todos os caramelos com quem me cruzo durante o dia (e muitas vezes até durante a noite). Eu trabalho para viajar!!! E pronto! É assim que funciona!

Depois lá me recompus e comprei a viagem. E fiquei a pensar no dia em que vou comprar um bilhete de avião, mas só de ida. Para me pirar daqui. E o Cavaco pode ficar descansado que eu não lhe vou escrever nenhuma carta de despedida a lamentar-me de como deixei o meu país. A nossa casa é onde nos sentimos bem, é onde existe confiança, esperança, futuro. E este país já não é a minha casa. 

 

[E no meio de isto tudo ainda li que um tipo fez 90 operações plásticas para ficar parecido com o Ken (o da Barbie). Se me perguntarem acho que ficou mais parecido com a Betty (a do Castelo Branco). Azeda eu...]

publicado por daily às 20:35

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Sexta-feira, 12 de Outubro de 2012

it's a sad sad situation

É sexta-feira, menos mal. Um cigarro e um copo de Alento 2010. Tinto, que eu sou pelo vinho tinto.

Hoje isto para aqui (entenda-se a minha cabeça) está uma confusão.

Odeio esta merda toda. Odeio o sítio onde trabalho. Odeio os meus dias, cada minuto que passo entre aquelas paredes. Odeio este governo. Odeio esta puta da austeridade inventada para me comer a vida, os sonhos e o futuro. Odeio ter que me preocupar com dinheiro. Odeio dinheiro. Odeio o filho da puta do velho que gere os meus dias úteis (leia-se director). Odeio não lhe poder dar um murro na tromba quando fica fixamente a olhar-me para o decote. E odeio simplesmente não lhe poder dar um murro na tromba porque ele merece. Até merecia mais do que um.

Preocupa-me não conseguir sair daquele sítio, não conseguir arranjar outro emprego. E eu não sou daquela malta que se queixa e nada faz. Eu tenho ido à luta. Por todo o lado. Vou a entrevistas em Lisboa. Em Bruxelas. Até durante o verão, ao visitar a sede da Nações Unidas em Nova Iorque, massacrei tanto a guia sobre como conseguir ir trabalhar para lá que, no final da visita, a pobre senhora fugia de mim. Ela não entendeu o meu desespero.

Já não gosto de viver aqui. A luz de Lisboa já não me fascina. Já não é bom voltar a casa no fim de uma viagem. Este país já não é a minha casa. E o sentimento é tão triste que alegremente deixaria tudo para trás.

Odeio a falta de empenho das pessoas. A falta de profissionalismo. Odeio quem dorme à sombra da bananeira e passa as suas responsabilidades para os outros. Odeio esta forma tipicamente portuguesa de encarar as coisas. Odeio que um jogo de futebol distraia todos daquilo que é realmente importante. Odeio fazer parte de um país com tantos ignorantes, que não pensam nem sabem pensar.

Odeio estes corruptos de merda, filhos de uma grande puta, deviam estar todos presos e não a receber pensões vitalícias pagas com o esforço do meu trabalho. Fodei-vos todos!!! - parafraseando alguém que conheci há uns tempos atrás.

Odeio não controlar a minha vida, o meu futuro e que a minha existência seja manipulada por escroques, para quem sou apenas um número. E é tão fácil fazer coisas más a números.

E fico aflita. Os meus amigos estão, na sua maioria, a ter filhos. Porque ter filhos faz parte da vida e dos sonhos das pessoas. E porque é assim que está bem. Mas preocupa-me para que raio de sítio se está a trazer um ser humano. Será que vão ter condições para lhe dar uma vida boa? Será que vão ter dinheiro para tudo? Esta semana tive uma troca de ideias mais acesa com um colega que me dizia: "Eu tenho um filho e quero ter mais dois. Cá fora tudo se cria!". Mentalmente chamei-lhe ó minha besta. Mas contive-me e expliquei-lhe que isso é conversa do tempo dos nossos avós, quando as pessoas comiam daquilo que a horta dava e que aos dez anos iam trabalhar para o campo. Agora, o tudo se cria, é uma prestação mensal num colégio, são aulas de ballet, judo e natação, são brinquedos cromos e caros, são roupas, livros escolares e tudo o resto. E entre muitas outras coisas que dissemos um ao outro já não sei quem ficou mais triste.

E pronto. Hoje estou assim.

Vou ali beber mais vinho. Ontem foi uma garrafa. Hoje deverá ser outra.

 

 

publicado por daily às 20:18

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Quarta-feira, 3 de Outubro de 2012

pretend you're dead

Caro Gaspar, enquanto termino de fazer o jantar (um luxo, como podes observar! até faço mais do que uma refeição por dia e não são côdeas de pão seco), lembrei-me de te escrever umas linhas. Não para te mandar para sítios estranhos, nem para te chamar nomes mais simpáticos do que Rosa ou Aurora, mas para te fazer ver que, se continuas assim a chatear as pessoas, a tirar-lhes quase todo o ordenado e a fazer outras coisas que tais, é provável que te vás tornar uma pessoa muito solitária... E um rapaz da tua idade (aceita que já não vais para novo) deveria querer manter os amigos de sempre e, até quem sabe, fazer alguns novos. Preocupa-me que, daqui a uns tempos, quando quiseres ir para o jardim conversar e jogar cartas com os outros velhotes, ninguém fale contigo. Ou porque ainda estão chateados com aquilo que agora andas a fazer ou porque nessa altura já não sobre nenhum velhote para falar contigo.

Outra coisa que me preocupa é a tua saúde mental. Tens andado bem? Tens tido dores de cabeça? Insónias? Levantas-te da cadeira para ir fazer alguma coisa e a meio do caminho já não te lembras do que ias fazer? É que tens dito coisas do arco da velha na televisão. E logo na televisão, onde tanta gente te vê e ouve. É que se me disseres que andas um pouco demente, de cabeça perdida e que falas com elefantes cor-de-rosa que aparecem no teu gabinete para tomar chá, eu entendo. Agora, se me dizes que estás benzinho, não percebo como é que afirmas que a redução da despesa pública é inquestionável. É que te arriscas mesmo a que alguém numa próxima manif faça um cartaz a dizer que "Inquestionável é a tua tia!!!". Além disso esqueceste-te de mostrar às pessoas do nosso país como é que isso foi feito. E onde. E quando. Estás a ver por que é que me preocupa a tua saúde, Gaspar?

Outra coisa que não me pareceu lá muito sã, foi teres afirmado que a prioridade é cortar na despesa e na Educação. Ó Gaspar, pensa lá bem nisso... Cortar na despesa parece bem a toda a gente, mas vais fazer o quê? Vais começar a ir de metro para o Ministério das Finanças? Tem cuidado, que a estação , em época de chuvas, por vezes alaga e, já que andas mal da cabeça não vais querer também ficar constipado. E os almoços do Governo? Não me digas que vais instituir a sandocha e vai tudo de marmita para a Assembleia da República? E as comitivas e assessores? Também vão marmitar? E vais tu organizar tudo ou cada um traz o seu? Ainda bem que de números percebes tu. Se fosse qualquer um de nós (portugueses, entende) seria difícil mas tenho a certeza que tu vais conseguir fazer tudo bem e por pouquinhos euros por cabeça. Olha, até podes pedir uns conselhos a umas pessoas com quem trabalho que gastam apenas €0,30 pelo almoço de cada criança. São uns porreiros e tenho a certeza que não se importam de te dar umas dicas.

E agora, permite-me falar-te no cortar na Educação. Mais uma vez, arriscas-te a que surja um cartaz numa manif a dizer "Vai cortar na tua tia, ó palhaço!!!". A parte do palhaço já é criatividade minha mas, e tu sabes como eu gosto de ti, é apenas para te preparar para o que poderá aí vir. A Educação é fundamental, Vítor. E, lá bem no fundo, tu sabes disso. Ora pensa no país que queres ter no futuro. Queres que Portugal seja um país onde, daqui a uns anos, haja mais candidatos a um reality show do que ao Ensino Superior? Ou queres pessoas formadas, inteligentes, capazes de pensar pela própria cabeça, hum? Vê lá bem isso, que o futuro chega depressa e, quando deres por ti, a televisão estará a transmitir (e em canal exclusivo) um programa composto por jovens obtuso-avacalhadas e respectivos machos para as cobrir. E tu não queres isso, pois não?

E, para terminar esta nossa conversa, quero ainda dizer-te que se estás a pensar matar todos os idosos e os doentes através dos cortes na Saúde, e se não queres que as crianças e os jovens estudem, e se queres tirar o dinheiro a toda a gente que trabalha honestamente, há já alguns anos a esta parte (por volta de 1939 até aí a meados de 45) viveu, na Alemanha, um senhor, que tinha umas ideias muito parecidas com as tuas mas, correu-lhe mal, apesar de ter conseguido provocar uma grande desgraça. Olha, a pessoa ideal para te contar essa história deve ser aquela tua amiga alemã, a Ângela. Convida-a para comer uma canja e pergunta-lhe.

Vá, vou jantar que já é tarde. Tu cuida-te e, não vá o diabo tecê-las, vai ao médico ver a cabeça. Se tiveres um smart phone é mais fácil. O tradutor instantâneo é óptimo a traduzir de castelhano para português.

A tua amiga,

T.

 

publicado por daily às 20:31

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