Há dias em que me fazes bem. Há dias que não.
Há dias em só quero viajar contigo. Há dias em que só quero fugir de ti.
Há dias em que me apetece abraçar-te. Há dias em que nem quero olhar para ti.
Há dias em que vou passar contigo a vida inteira. Há dias em que não vou estar contigo nem mais um segundo.
Há dias em que gosto muito de ti. Há dias em que não gosto nada.
Há dias em que me enches a alma e há dias em que me deixas o coração vazio...
Há algum tempo que não ia ao miradouro da Graça. Por estradas e caminhos, acabo sempre por me ir meter no Adamastor. A vista é linda, sem dúvida, mas os "utentes" que por lá têm aparecido estão a tornar a vida do comum cidadão menos agradável. Seja como for, fui para a Graça, beber um chocolate quente para combater o frio.
E descobri-a depois. A livraria mais acolhedora dos últimos tempos. E descobri depois o livro que me emocionou. Pela sua simplicidade. Pela sua profundidade.
"UM LIVRO PARA TODOS OS DIAS"
HÁ DIAS TÃO GRANDES QUE PARECEM UM MÊS INTEIRO. Há dias que passam num abrir e fechar de olhos.
Há dias para esquecer. Há dias para lembrar. Há dias simples. Há dias, meu Deus, que são uma confusão.
Há dias que dão vontade de falar.
Há dias cheios e dias em cheio. Há dias quase vazios. E dias que mudam as nossas vidas.
Há dias em que só pensamos no futuro. E dias em que temos saudades de quase tudo.
Há dias com grandes manhãs. E dias que se prolongam pela noite dentro.
Há dias ensonados. Enublados como sonhos. Há dias reais. Dias irreais. E dias surreais.
Há dias cheios de amigos. E outros mais sozinhos.
Há dias em que chove a cântaros.
Há dias que não lembram ao diabo! Há dias do arco-da-velha!
Há dias de greve. De trânsito e engarrafamentos.
Há dias de eleições e de novos governos.
Há dias sem carros.
Há dias da mãe, do pai e da criança. Dias da música, da água e da dança.
Há dias em que perdemos a esperança.
Há dias em que cruzamos os braços. E dias em que arregaçamos as mangas.
Há dias em que ninguém nos cala. Há dias em que nos apetecia mandar nisto tudo!
Há dias em que temos vontade de partir. E dias em que temos vontade de voltar.
Há dias coloridos. E dias a preto e branco.
Há dias negros (verdadeiramente maus). E dias azuis.
Há dias trágicos...
Há dias em que aprendemos uma palavra nova. E dias em que temos uma palavra mesmo debaixo da língua.
Há dias em que tudo são 7 cores. Os pássaros, a vizinha, o Sr. do talho, as flores!
Há dias que já lá vão. Há dias que nunca mais chegam. Há dias em que contamos os dias para as férias.
Há dias em vamos ao quadro. Há dias em que fazemos asneiras.
Há dias em que não temos boas maneiras.
Há dias que não são dias! Há dias em que o rei faz anos.
Há dias bons para andar de bicicleta.
Há dias em que perdemos a cabeça.
Há dias em que começamos tudo do princípio.
Há dias santos. E dias que nos apetece rezar.
Há dias em que temos orgulho do nosso país. E outros que nos deixam muito envergonhados.
Há dias de cerimónia e outros em que nos apetece andar descalços.
Há dias que passam a correr. E dias que vão andando...
Há dias de surf. E dias de sofá.
Há dias em que não fazemos os trabalhos de casa.... E dias em que partimos o mealheiro.
Há dias que esticam.
Há dias que deviam durar para sempre.
Há dias que vamos acampar. Há dias em que nos apetecia mesmo dormir debaixo de uma grande árvore.
Há dias em que precisamos de um café. E dias em que precisamos de um abraço.
Há dias em que fazemos um amigo.
Há dias em que as coisas andam para trás. E dias em que o mundo anda para a frente.
Há dias e dias. E dias que não são dias.
Há dias que pedem uma banda sonora. E dias em que apetece cantar no duche.
Há dias que deviam desaparecer do calendário. E dias que ficam para a história.