Tenho saudades do tempo em que sabia tudo! Sim, houve uma altura na minha vida, talvez por volta dos vinte anos, em que eu sabia tudo o que há para saber sobre tudo! Sabia como era e, principalmente, como seria o meu futuro. Estava tudo tão bem definido na minha cabeça, que, dias há, em que me parece impossível agora não saber nada.
Não sei nada sobre nada, agora que tenho trinta anos. Uma década bastou para a minha incapacidade se tornar permanente. Não sei quem sou e nem o que quero ser (quando for grande...).
Isto do ir aprendendo com a vida e com a experiência que ela nos dá seria muito bonito, se, de facto, aprendesse alguma coisa. O meu problema não é a teoria - essa sei-a toda - mas sim a prática. No fundo, vejo-me a cometer os mesmos erros, ainda que em contextos diferentes.
E tudo isto a par de uma auto-avaliação constante dá-me cabo da cabeça. Sinto que ando aqui aos trambolhões, olho à volta e continuo aos trambolhões. A ignorância do "saber tudo", do não questionar, é mesmo um estado de graça.
Apenas encontro um lado positivo. Neste sobe e desce de emoções é tudo muito mais intenso. O bom e o menos bom. E quando é bom é fantástico.
Espero que a próxima década me traga mais questões, mas também mais definições. Andar assim ao de leve na vida não é fácil.