Sábado, 3 de Outubro de 2009

El Jadida e o regresso a Lisboa

AHHHH! A falta de tempo mata-me! (só um desabafo...)

 

Para terminar a narrativa da viagem a Marrocos, que foi no Verão, e já estamos no Outono, vou resumir a coisa.

 

Saímos de Essaouira, como já escrevi, cheios de pena, mas a estrada que vai até El Jadida, sempre pela costa, é brutal! Imensas praias a perder de vista e completamente vazias de gente. Um sonho!

 

 

 

A chegada a El Jadida é que não foi sonho nenhum, antes um pesadelo! Aquilo parecia o fim do mundo em cuecas, milhares de pessoas nas ruas e nós sem conseguirmos perceber que caminho haveríamos de seguir. Estradas cortadas, desvios, enfim, uma confusão como nunca tinha experimentado e espero não voltar a ter de o fazer. Mais tarde explicaram-nos que, durante o mês de Agosto, El Jadida é tipo Albufeira, o país vai todo para lá! Um horror!!!

Tirando isto, que até seria facilmente ultrapassado pela beleza da cidade, foi o local que menos gostei, pois beleza tinha zero. As ruas muito sujas, com imenso lixo (aqueles gajos têm um problema grave ao nível da limpeza das ruas) e marroquinos de classe mesmo muito baixa. Foi o único local onde o "está tudo bem" marroquino deu lugar a brigas de rua, e foi também o único local onde não conseguimos comer nas tascas de rua, pois há alguns limites que a malta tem necessidade de manter (as tascas eram mesmo nojentas).

Em compensação, a nossa riad era lindissima e mesmo em frente à Cité Portugaise.

 

 

A Cidade Portuguesa deveria ser muito gira, mas aquela malta de El Jadida conseguiu deixar aquilo uma escáfia. No entanto, nota-se bem a nossa presença lá e é uma pena que não tenham preservado o local. A única coisa que é mais ou menos protegida é a Cisterna Portuguesa, com um espelho de água de 5 centimetros, que é o ex-libris do lugar.

 

A Cisterna Portuguesa

 

O antigo porto outrora utilizado pelos portugueses

 

Desta vez foi com alegria que deixámos El Jadida em direcção a Marrakech, onde iríamos passar a nossa última noite antes de regressar a Lisboa.

A viagem decorreu sem problemas e passámos provavelmente pelas maiores rectas do país, com dezenas de quilómetros sem uma única curva. Até dava sono...

Para terminar as férias, escolhemos um resort, tipo daqueles da Republica Dominicana ou Brasil, onde os quartos se vão distribuindo pelos jardins. Estava cheio de famílias francesas, que aproveitavam o tempo na piscina. Ao conversarmos com algumas pessoas, percebemos que estavam ali duas semanas e nunca tinham ido visitar absolutamente mais nada no país, excepto uma saída ocasional até ao centro de Marrakech. Opções.

No dia seguinte, lá fomos para o aeroporto e quando chegámos vimos que o nosso voo de ligação, para Casablanca, tinha sido cancelado.

Depois de muita falta de explicações e de muitos turistas espanhóis a gritar, lá conseguimos perceber que havia grave de pilotos. Como o voo para Lisboa era ao final na tarde, meteram toda a gente em autocarros e assim fizémos o percurso pela auto-estrada de Marrakech a Casablanca.

 

Pormenor do aeroporto de Marrakech

 

Já no autocarro para Casablanca

 

Foram 4 horas de autocarro de plena tagarelice, pois conheci um senhor italiano cheio de aventuras de viagens para contar.

Felizmente, conseguimos chegar a tempo do nosso voo para Lisboa e desde o avião, foi bom voltar a ver a nossa cidade. Confesso que já tinha saudades. É que gosto muito de ir, mas também gosto de voltar a casa...

 

 

FIM

 

 

Créditos: as fotos da viagem foram captadas por mim e, na sua maioria, por Ricardo Carreira, ficando reservado o seu direito de utilização.

publicado por daily às 12:34

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Sábado, 29 de Agosto de 2009

A grande aventura marroquina - De Lisboa a Marrakech

Nestes dias tenho estado um bocado atarefada. Novo emprego, já se sabe. Mas queria deixar-vos aqui algumas das minhas impressões da viagem a Marrocos, que se revelou uma aventura, mas de uma forma muito positiva.

Aconselho toda a gente que gosta de viajar a ir lá (entenda-se que o gostar de viajar não é ir para um resort e sentar o rabo na areia durante 15 dias), pois o país é fantástico e muito diversificado. E já que estamos aqui na ponta da Europa e as viagens são caras como o raio, pelo menos estamos perto de Marrocos e conseguem-se voos a preços acessíveis (se Alá te dá ovos, faz omeletes!)

A quem vai viajar para Marrocos algumas dicas: não tenham receio, é perfeitamente seguro. Durante os 10 dias que lá estive não vivi nenhuma situação menos tranquila. Há que estar alerta, mas tão alerta como noutro país qualquer. Ninguém me tentou roubar, enganar ou mesmo trocar por camelos (para grande tristeza do R. que já se imaginava proprietário de toda uma cáfila...enfim).

Depois há o mito da comida, que dizem ser má, deixar a malta doente, com diarreias, intoxicações e por aí adiante. Nada está mais longe da verdade. Comi de tudo e nos mais variados locais e a única coisa que ganhei foram uns quilos, pois a comida é deliciosa. Utilizando a máxima "Em Roma sê romano" fazer uma refeição em qualquer lado onde há muitos marroquinos a comer  é uma boa estratégia, pois aí a comida é certamente de boa qualidade.

Em relação à limpeza temos que relativizar um bocado as coisas. Lembrem-se que se trata de um país com poucos recursos hídricos mas, de qualquer forma, não estive em nenhum local onde houvesse porcaria ou me sentisse incomodada com a falta de limpeza.

Perdendo todas estas formatações plantadas nas nossas cabeças europeias, é ir e aproveitar, pois há lá malta muito fixe e boa onda, e um país com uma cultura muito rica.

 

Quando planeámos a nossa viagem alugámos também um carro num rent-a-car local (que são aqueles que praticam preços mais acessíveis, pois as companhias internacionais são bastante mais caras e as garantias são as mesmas, logo não vale a pena) e assim tivemos um simpático Dacia Logan (é um primo do Renault Clio) com ar condicionado (fundamental!!!) a viajar connosco pelo país. Elaborámos uma rota dos locais onde queríamos mesmo ir e fomos um bocado audaciosos, pois em 10 dias fizemos 2000 km em estradas marroquinas, onde a condução tem as suas particularidades (mais adiante contarei).

Deixo-vos o mapa com o nosso percurso.

 

 

 

 Voámos até Marrakech. Saimos de Marrakech com destino a Ait-Benhaddou (linha rosa), de Ait-Benhaddou até Ouarzazate (linha azul escura), de Ouarzazate até Merzouga (linha verde escura), de Merzouga para Ouarzazate - Oásis de Fint (linha laranja), de Oásis de Fint até Essaouira (linha verde clara), de Essaouira até El Jadida (linha roxa) e de El Jadida de volta a Marrakech (linha azul clara).

 

Assim, partimos de Lisboa ao final da tarde com destino a Marrakech, com escala em Casablanca. Ficámos no aeroporto de Casablanca cerca de 4 horas. Inicialmente seriam 3, mas Marrocos tem uma dinâmica muito própria: é tudo feito calmamente e sem pressas. Os horários são apenas uma orientação, não significa que sejam cumpridos. Felizmente que no aeroporto de Casablanca havia cafés onde se vendia cerveja e se podia fumar...

 

 

 

 O voo de Casablanca para Marrakech demora cerca de 20 minutos, mas com tanta calma marroquina a chegada que estava prevista para a 1 e meia da manhã passou para as 3 e qualquer coisa. E foi a essa hora que saímos do aeroporto, depois de termos que procurar a minha mala de viagem, que não estava no tapete rolante, mas sim num canto ali perto. É claro que ninguém avisou de nada, mas é entrar no espírito e está tudo bem.

O aeroporto de Marrakech é uma obra de arte e de arquitectura, provavelmente um dos mais bonitos onde já estive.

Apanhámos um táxi e, depois de combinarmos o preço da corrida (que taxímetro é conversa de meninos!) lá conseguimos chegar ao hotel.

Estava um calor abrasador e ficámos realmente contentes com o aparelho de ar condicionado na parede do quarto. Só foi pena não ter comando e não funcionar, tal como a televisão, mas, tudo bem, espírito marroquino novamente.

De manhã, tomámos um pequeno almoço bastante agradável à beira da piscina e fomos descobrir Marrakech.

 


 

 

Marrakech é uma grande cidade, com muitos habitantes e também muitos turistas. É, sem dúvida, bonita mas, quem quer conhecer realmente o país, não deve ficar por aqui muito tempo. Há um grande sentimento de aproveitar tudo para fazer dinheiro, as pessoas das lojas e do mercado puxam-nos literalmente para irmos ver os produtos e, claro, comprar. Existe assim um espírito de pressão ao consumo. Há que sorrir, dizer merci e continuar a andar.

 

Marrakech tem uma grande mesquita, a Koutoubia, situada não muito longe da praça Djema el Fna, que é o coração da cidade, onde encantadores de serpentes e barraquinhas de sumo de laranja natural a 50 cêntimos se confundem. Nesta praça há também o mercado, que é enorme e onde se vende de tudo, a par de muitas esplanadas panorâmicas. Vale a pena subir a uma, beber uma água fresca ou comer qualquer coisa e contemplar a praça com todos os seus personagens.

 

Koutoubia

 

 

 

 

Praça Djema el Fna

 

Momento de pausa...:)

 

Transporte de ovos à boa maneira marroquina!

 

Saíndo de Djema el Fna, e percorrendo algumas ruas bem características, visitámos ainda o Palácio El Bahia (O Brilhante) que, apesar de vazio, é lindissimo. De arquitectura islamica, tem cerca de 150 divisões e já albergou sultões e as suas comitivas (tipo, 4 esposas, 20 concubinas, criados e guardas!).

 

 

 

 

 

Depois de um ataque (meu...) de excesso de calor, e de uma paragem numa esplanada com um sistema de arrefecimento por vapor de água, lá fomos buscar o nosso carro ao rent-a-car e saímos de Marrakech em direcção a Ait-Benhaddou.

Aí pudemos ter o primeiro contacto com as estradas marroquinas e os seus utilizadores. Conduzir em Marrakech, especialmente em hora de ponta é um desfio para os nervos. Há carros, autocarros, motas, bicicletas e pessoas a pé por todo o lado! Quem está dentro de uma rotunda perde a prioridade para quem entra, não se pára nas passadeiras e o resto é fé em Alá!

Com muito savoir-faire lá conseguimos sair da cidade e nas estradas ainda é mais divertido: além dos carros, autocarros, motas, bicicletas e pessoas a pé, temos ainda as carroças, os camiões e as carrinhas de caixa aberta. Parece um jogo de computador, onde o objectivo é permanecer na estrada sem chocar com nada nem ninguém e, ainda assim, manter o sorriso nos lábios!

Os traços contínuos também não se respeitam, ultrapassando quando dá, quando quase que dá, enfim, cada condutor tem o seu código da estrada pessoal e aplica-o como acha melhor. Curiosamente, nunca vimos nenhum acidente, talvez porque a única coisa que todos respeitam milimetricamente é o limite de velocidade.

 

Imagem recorrente nas estradas marroquinas:)))

 

Com todas estas peculiaridades, conduzir à noite em Marrocos é por si só uma prova de fogo. A malta lá demonstra pouco amor à existência e anda no meio da estrada a pé, de bicileta ou mota, sem luz ou outro qualquer sinal luminoso. A solução é conduzir no meio da estrada e esperar que dê tempo para travar!!! Mas está tudo bem...

 

 

TO BE CONTINUED...

 

 

sinto-me: viajada!
publicado por daily às 12:39

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