Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013

uma razão para detestar a crise VI

 

 

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Sábado, 3 de Outubro de 2009

El Jadida e o regresso a Lisboa

AHHHH! A falta de tempo mata-me! (só um desabafo...)

 

Para terminar a narrativa da viagem a Marrocos, que foi no Verão, e já estamos no Outono, vou resumir a coisa.

 

Saímos de Essaouira, como já escrevi, cheios de pena, mas a estrada que vai até El Jadida, sempre pela costa, é brutal! Imensas praias a perder de vista e completamente vazias de gente. Um sonho!

 

 

 

A chegada a El Jadida é que não foi sonho nenhum, antes um pesadelo! Aquilo parecia o fim do mundo em cuecas, milhares de pessoas nas ruas e nós sem conseguirmos perceber que caminho haveríamos de seguir. Estradas cortadas, desvios, enfim, uma confusão como nunca tinha experimentado e espero não voltar a ter de o fazer. Mais tarde explicaram-nos que, durante o mês de Agosto, El Jadida é tipo Albufeira, o país vai todo para lá! Um horror!!!

Tirando isto, que até seria facilmente ultrapassado pela beleza da cidade, foi o local que menos gostei, pois beleza tinha zero. As ruas muito sujas, com imenso lixo (aqueles gajos têm um problema grave ao nível da limpeza das ruas) e marroquinos de classe mesmo muito baixa. Foi o único local onde o "está tudo bem" marroquino deu lugar a brigas de rua, e foi também o único local onde não conseguimos comer nas tascas de rua, pois há alguns limites que a malta tem necessidade de manter (as tascas eram mesmo nojentas).

Em compensação, a nossa riad era lindissima e mesmo em frente à Cité Portugaise.

 

 

A Cidade Portuguesa deveria ser muito gira, mas aquela malta de El Jadida conseguiu deixar aquilo uma escáfia. No entanto, nota-se bem a nossa presença lá e é uma pena que não tenham preservado o local. A única coisa que é mais ou menos protegida é a Cisterna Portuguesa, com um espelho de água de 5 centimetros, que é o ex-libris do lugar.

 

A Cisterna Portuguesa

 

O antigo porto outrora utilizado pelos portugueses

 

Desta vez foi com alegria que deixámos El Jadida em direcção a Marrakech, onde iríamos passar a nossa última noite antes de regressar a Lisboa.

A viagem decorreu sem problemas e passámos provavelmente pelas maiores rectas do país, com dezenas de quilómetros sem uma única curva. Até dava sono...

Para terminar as férias, escolhemos um resort, tipo daqueles da Republica Dominicana ou Brasil, onde os quartos se vão distribuindo pelos jardins. Estava cheio de famílias francesas, que aproveitavam o tempo na piscina. Ao conversarmos com algumas pessoas, percebemos que estavam ali duas semanas e nunca tinham ido visitar absolutamente mais nada no país, excepto uma saída ocasional até ao centro de Marrakech. Opções.

No dia seguinte, lá fomos para o aeroporto e quando chegámos vimos que o nosso voo de ligação, para Casablanca, tinha sido cancelado.

Depois de muita falta de explicações e de muitos turistas espanhóis a gritar, lá conseguimos perceber que havia grave de pilotos. Como o voo para Lisboa era ao final na tarde, meteram toda a gente em autocarros e assim fizémos o percurso pela auto-estrada de Marrakech a Casablanca.

 

Pormenor do aeroporto de Marrakech

 

Já no autocarro para Casablanca

 

Foram 4 horas de autocarro de plena tagarelice, pois conheci um senhor italiano cheio de aventuras de viagens para contar.

Felizmente, conseguimos chegar a tempo do nosso voo para Lisboa e desde o avião, foi bom voltar a ver a nossa cidade. Confesso que já tinha saudades. É que gosto muito de ir, mas também gosto de voltar a casa...

 

 

FIM

 

 

Créditos: as fotos da viagem foram captadas por mim e, na sua maioria, por Ricardo Carreira, ficando reservado o seu direito de utilização.

publicado por daily às 12:34

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Quinta-feira, 1 de Outubro de 2009

Essaouira

Como escrevi no post anterior, partimos do Oásis de Fint para Essaouira, uma cidade na costa atlantica de Marrocos.

O percurso, apesar de não ter mais que 3 curvas, demorou imenso tempo, devido à estrada estar em obras de 2 em 2 quilómetros.

Chegámos a Essaouira por voltas das 23 horas e havia imensa gente na rua. Dava para perceber que se tratava de uma localidade de Verão e ficámos insatisfeitos por chegar a um sítio que parecia Lagos mas maior. Depois da calma do Oásis não apetecia nada ter que lidar com a multidão.

Estacionar o carro foi relativamente fácil e descobrimos com surpresa que não ficava longe do riad onde iríamos pernoitar.

Tínhamos feito a reserva do quarto ainda em Portugal, e lá fomos com a nossa bagagem (que crescia de dia para dia, vá lá perceber-se porquê) ansiosos por um bom banho e alguns luxos que no deserto não são fáceis de encontrar. A escolha do riad, e do quarto em particular, tinha sido criteriosa e não nos importámos de pagar um pouco mais para nos alojarmos num sítio tão bonito. Claro que, à boa maneira marroquina, como chegámos tão tarde, o nosso quarto tinha sido alugado a outros hóspedes. No entanto, Monsieur Didier (um francês cinquentão e sósia de Herman José), dono do riad, descansou-nos e levou-nos para outro riad a 50 metros dali.

Começámos a ficar um bocado preocupados quando abriu uma porta pequena porta e vislumbrámos umas escadas íngremes de madeira, antecipando uma noite desconfortável numa escáfia de hotel. Estes pensamentos não poderiam estar mais longe da realidade! No cimo das escadas deparámo-nos com um riad fantástico, de design, com uma decoração irrepreensível e um terraço de cortar a respiração. Sem dúvida, um local muito mais bonito do que aquele que tínhamos reservado!

O nosso quarto era também fantástico e, quando ficámos sozinhos, sentámo-nos na cama, em silêncio, a observar tudo e ainda sem acreditar muito bem que estávamos num sítio tão elegante.

No meio do silêncio sobressaiu um barulho, que vinha da rua. Ao abrirmos a janela do quarto o barulho vinha daqui... Era esta a vista do nosso quarto!

 

 

 

Essaouira foi a minha cidade preferida e, quando for grande, gostava de viver lá e ter o meu próprio riad. Já me imagino com um lenço na cabeça a receber os visitantes... O mar, a praia, as pessoas, enfim, não há palavras. Vou ter que lá voltar. É daquelas coisas que tenho mesmo que fazer!

Durante o dia é uma cidade cheia de cores, ruas estreitas com as portas pintadas de azul que se confundem com as tonalidades quentes das especiarias, que estão à venda por todo o lado.

À noite, ruas movimentadas, com imensos cafés e bares por todo o lado.

Claro que as nossas refeições foram feitas em tascas de rua, apinhadas de marroquinos, com ar deliciado. Kebabs e peixe fresco grelhado, mesmo junto ao mercado do peixe. Sem luxos, mas verdadeiramente bom!

 

 

 

 

 Essaouira

 

Há um traço português nesta cidade, quer no forte construído por nós (ainda Essaouira era Mogador), quer na cultura das pessoas, que nos tratam como se fossemos da família e referem sempre o nosso passado histórico comum (os gajos roubaram-nos o forte, mas tudo bem!!!).

Em Essaouira fizemos compras no sítio mais giro em que já estive, uma loja muito pequenina que vende todo o tipo de chás e plantas. O dono, um rapaz assim do mais simpático, chamava-lhe "pharmacie berbere". Comprámos chá para sorrir e viagra tuareg. Um luxo!

 

 

E foi com pena que saímos de lá, mas mesmo com muita pena e a amaldiçoar a nossa vida de pobre, com os dias de férias contabilizados ao milímetro, sem lugar para devaneios... Preciso tanto de ganhar o euromilhões...

 

 

E qual Infante D.Henrique, a vislumbrar futuros portos, fomos pela costa em direcção a El Jadida (a nossa antiga Mazagão).

 

 

TO BE CONTINUED

 

publicado por daily às 20:13

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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

Dormir no deserto e o Oásis de Fint

A partilha desta viagem já vai longa e não tenho tido nem tempo real, nem tempo psicológico (vulgo vontade...) de escrever, pois ando um bocado cansada e férias é o que eu já estou a precisar outra vez...

Mas como me propus a escrever esta experiência resta-me continuar...

 

A saída para o deserto foi feita desde o Auberge du Sud. Tínhamos 1h e 30m de viagem até ao acampamento sentados nuns confortáveis camelos, que nos arruinaram o rabo e zonas adjacentes, mas que nos proporcionaram a vista de um pôr do sol inesquecível.

 

O pôr-do-sol deserto

 

Chegados ao acampamento, jantar (comi a melhor sopa do mundo!) e mais uma musiquinha berbere para animar. Nessa noite fomos deitar-nos cedo, porque queríamos acordar para ver o sol nascer. As nossas camas estavam preparadas na rua, no meio da areia e dormir debaixo das estrelas enche a alma!

A meio da noite acordei com a luz e pensei que tinha perdido o momento do nascer do sol, mas era a luz da lua que, entretanto, tinha também nascido.

Antes do pequeno-almoço, e com a higiene íntima por resolver, lá fomos sentar-nos numa duna e ficámos à espera do sol. Nesse momento, o deserto encheu-se de cores que eu não conhecia e que ainda agora não consigo descrever.

 

 

 

O nascer do sol

 

Depois do pequeno-almoço, voltámos para o Auberge (mais uma hora e meia de camelo) e pudemos beber um café e tomar um mais que merecido banho!

Foi com pena que saímos do Auberge du Sud, mas tínhamos mais 300Kms à nossa frente até ao Oásis de Fint, perto de Ouarzazate.

O Oásis de Fint foi-nos sugerido pelo dono do Auberge du Sud, como forma de fugir aos locais mais turísticos. Combinámos que, chegados a Ouarzazate, iríamos telefonar para nos irem buscar, pois em Marrocos é difícil viver de indicações!

E assim foi! E foi outra aventura. O Oásis de Fint é uma pequena aldeia onde se vive em comunidade e onde se cultiva e produz aquilo que se come. Não há estrada para lá, e tivemos que enfiar o nosso Dacia Logan alugado pelo meio de crateras de terra batida, pedras e até um rio! Enfim, todo um filme! Claro que não há rede de telemóvel e só há 2 anos que aquele lugar tem electricidade, graças ao actual rei de Marrocos.

O Oásis é outro local saído de um filme. O rio, onde se lava a roupa, a vegetação, que pinta tudo de verde, e as pessoas que são assim do mais simpático possível.

 

 

Oásis de Fint

 

Pela primeira vez comi manteiga caseira e fui a atracção dos adolescentes da aldeia, quando fomos nadar ao rio (mulheres de bikini é coisa que não abunda em Marrocos!).

Depois de termos ajudado a carregar um fogão (sim, que ali toda a gente tem de ajudar!) e de termos feito de taxistas para um dos homens da aldeia (fomos com ele comprar fruta, iogurtes e tal), continuámos o nosso caminho, desta vez em direcção à costa, a Essaouira.

 

 

TO BE CONTINUED...

 

publicado por daily às 20:43

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Terça-feira, 15 de Setembro de 2009

De Ouarzazate para Erg Chebbi: o deserto

Li, já não recordo onde, que quem vai ao deserto uma vez, não resiste em voltar mais uma e outra e outra vez...

 

Saímos de Ouarzazate de manhã ou, pelo menos, tentámos. As caixas multibanco estavam meio escavacadas e nem estrangeiros nem locais conseguiam levantar dinheiro. Deitámos contas à vida: tínhamos uns trocos para o café e para pôr uns litros de gasolina.

Já equacionávamos telefonar para casa na tentativa de arranjar dinheiro de uma forma qualquer, quando o sistema operativo voltou a funcionar e lá conseguimos ficar com as carteiras cheias de dirhams e o depósito de combustível. E lá fomos então para em direcção a Merzouga, a cidade (vá ok, cidade...) no deserto.

Passámos por Agdz e a mudança da paisagem tornou-se óbvia: vários oásis no meio de um sítio árido e um calor muito mais seco do que aquele que tínhamos experimentado até então. Montanhas a perder de vista.

 

A caminho do deserto

 

Parámos em Tazzarine para almoçar. Tazzarine é uma cidade que faz lembrar uma emissão em directo ao estilo "algures no deserto" à Artur Albarran: muita gente nas ruas, muitos carros, barraquinhas de comida, carroças e um calor abrasador. O céu coberto com uma camada de areia, por onde passava a luz mas não se via o sol, antecipando a tempestade que iríamos atravessar a seguir.

Decidimos almoçar no restaurante do único hotel da cidade. Era agradável, com um jardim e uma piscina, onde um grupo de crianças marroquinas fazia uma festa de mergulhos. A comida era aceitável (hummmmm tagine, que saudades!), comemos melancia daquela mesmo boa e finalizámos com um café. A animação durante o almoço consistiu em que um dos miúdos resolveu "evacuar" na piscina e andavam os empregados todos de um lado para o outro a tentar resolver a situação ! Enfim, só em Marrocos.

 

Continuámos a nossa viagem ansiosos por chegar a Rissani, a maior cidade junto ao deserto.

No caminho a paisagem ficou ainda mais árida e passámos por uma tempestade de areia, daquelas com direito a remoinhos e tudo!

 

Tempestade de areia

 

Tínhamos efectivamente chegado ao deserto! E os camelos à beira (ou na) estrada não deixavam margem para dúvidas.

Quando saímos de Portugal pareceu-nos importante levar o GPS já que iríamos passar muito tempo a conduzir num país totalmente estranho. Não sabíamos então que Marrocos está mesmo muito mal cartografado, e, quando chegámos a Rissani, tivemos que perguntar o caminho para Merzouga.

Perguntar o caminho não tem nada de estranho... excepto se for em Marrocos! A partir do momento em que se dirige a palavra a alguém fica-se meia hora a falar, porque perguntam tudo: de onde somos, onde vamos ficar a dormir, quanto pagámos pelo aluguer do carro, etc, etc.

Depois de despachar a conversa chegámos a Merzouga. Não chamaria aquele sítio de cidade, é assim mais um lugar. Com umas casas, umas dunas e muita gente na rua (para não variar!).

Mais uma vez tivemos que perguntar qual o caminho para o nosso hotel e ficámos a saber que tínhamos que andar uns 15 km para trás, entrar numa pista (a típica estrada de terra batida) e percorrer essa estrada durante uns 30 Km e estávamos lá!

Com o coração nas mãos, a pensar no nosso carro alugado e a imaginá-lo já todo partido, demos meia volta e lá fomos procurar o Auberge du Sud.

Andar em pista com qualquer carro que não seja um jipe é de coragem, mas finalmente chegámos ao nosso destino, apenas com um tampão do carro "algures no deserto"...

O Auberge du Sud é assim um sítio mágico, mesmo junto às dunas de Erg Chebbi. E é tão fantástico que qualquer coisa que escrevesse seria completamente aquém da realidade. Só estando lá! A paisagem, o ambiente do auberge, as pessoas... nunca tinha vivido nada assim e agora só penso em regressar...

 No dia seguinte, e aconselhados pelo Hamid (o nosso anfitrião), fizémos um passeio de jipe pela zona de Erg Chebbi: fomos ver os fósseis, ouvir música tradicional berbere à tribo dos Gnaoua (onde fomos convidados para assistir a um casamento - momento mais National Geographic seria impossível!!!), ver o lago (sim, há um lago enorme no meio do deserto), tomar chá com uma família nómada, comer pizza berbere (que saudades...) e visitar o oásis que serve a população da tribo dos Gnaoua.

 

 

 Erg Chebbi

 

 

 O deserto visto da piscina do Auberge du Sud

 

 No final da tarde, regressámos ao auberge para apanhar o camelo mais próximo e partir para passar a noite no deserto.

 

 

TO BE CONTINUED

 

música: we're on the road to nowhere
publicado por daily às 22:27

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Sexta-feira, 4 de Setembro de 2009

De Marrakech a Ait-Benhaddou e Ouarzazate

Como escrevi no post anterior, conduzir à noite em Marrocos é por si só toda uma experiência, mais uma que faz daquele país um local especial.

Saímos de Marrakech em direcção a Ait-Benhaddou cerca das 18 horas e, como tínhamos aproximadamente 200 Km para percorrer, achámos que chegaríamos a Ait-Benhaddou às 8 ou 9 da noite. A ignorância era imensa...

Além de não termos ainda experimentado as estradas marroquinas com tudo o que as caracteriza, não sabíamos também que esse percurso é feito pela única estrada que liga Marrakech a Ouarzazate, estrada essa cheia de curvas e curvinhas pelo meio das montanhas. Tudo isto conjugado com camiões carregados até à alma e a andar à estonteante velocidade de 7 km/hora (não, não estou a exagerar...) fez-nos chegar a Ait-Benhaddou às 23h e 30m, mas na expectativa de qual seria a paisagem no dia seguinte ao acordar.

 


 A Curva e a contracurva na estrada para Ouarzazate :)

 

Ficámos hospedados numa Maison d'hôtes mesmo à entrada de Ait-Benhaddou, de seu nome Lokfel. Aconselho a visitar o site desta pequena casa de hóspedes e acreditem que as fotografias fazem justiça ao espaço: é mesmo assim! Lindo!

Apesar de termos chegados tão tarde e de sermos os únicos hóspedes naquela noite, tivemos direito a um óptimo jantar de Tagine Kefta (quem gosta de Kebabs vai adorar!), acompanhado de umas cervejas geladas e ainda sobremesa. Muito bom!

 

O jantar no Lokfel

 

Como tínhamos saído do carro carregados com as nossas malas, máquina fotográfica e os sacos das nossas compras em Marrakech, esquecemo-nos de trancar o carro. Alguém que estava a passar reparou e foi ao hotel avisar-nos. Espírito marroquino!:)

 

Na manhã seguinte, tínhamos um fantástico pequeno-almoço no terraço do Lokfel à nossa espera: pão, compotas, manteiga, sumo de laranja natural, café e bolo.

 

 Pequeno-almoço maravilha:))

 

 O terraço do Lokfel, em Ait-Benhaddou

 

Estar em Ait-Benhaddou é como ter entrado numa máquina do tempo. Quando finalmente pude ver aquele lugar emocionei-me de uma forma que racionalmente não consigo explicar. É lindo mas de uma forma simples e despretensiosa, e não é à toa que filmes como "Jesus de Nazaré", "A jóia do Nilo" ou "O Gladiador" tenham tido aqui o seu cenário.

Por 10 dirhams (cerca de 1 euro) pode-se visitar o seu interior e percorrer aquelas ruas, com casas cheias de pormenores e construídas com tijolos feitos de barro e palha. Junto ao Kasbah há ainda um leito de um rio, na altura seco, mas que pelo recorte das margens mostra ser enorme.

 

 

 

Kasbah de Ait-Benhaddou

 

 O que resta da arena do "Gladiador"

 

 Os belos dos tijolos de barro e palha a secar ao sol

 

Depois de mais um café numa esplanada com vista para o kasbah, seguimos para Ouarzazate, um percurso desta vez mais tranquilo, de apenas 30 Km.

Ouarzazate é uma cidade muito turística, onde estão os estúdios de cinema, que se podem visitar. Como não era essa a nossa onda, dedicamo-nos a passear um bocado e a apreciar a gastronomia local.

Na rua, ofereceram-nos chocolate pour la tete , convite que tivemos que declinar, pois aqui não se brinca com essas coisas!

 

 

 

Ouarzazate

 

 

Como na manhã seguinte iríamos seguir para o deserto, bebemos uns gins na esplanada do hotel e fomos dormir.

 

 

 TO BE CONTINUED...

 

sinto-me: com saudades du Marrocos...
publicado por daily às 19:56

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Sábado, 29 de Agosto de 2009

A grande aventura marroquina - De Lisboa a Marrakech

Nestes dias tenho estado um bocado atarefada. Novo emprego, já se sabe. Mas queria deixar-vos aqui algumas das minhas impressões da viagem a Marrocos, que se revelou uma aventura, mas de uma forma muito positiva.

Aconselho toda a gente que gosta de viajar a ir lá (entenda-se que o gostar de viajar não é ir para um resort e sentar o rabo na areia durante 15 dias), pois o país é fantástico e muito diversificado. E já que estamos aqui na ponta da Europa e as viagens são caras como o raio, pelo menos estamos perto de Marrocos e conseguem-se voos a preços acessíveis (se Alá te dá ovos, faz omeletes!)

A quem vai viajar para Marrocos algumas dicas: não tenham receio, é perfeitamente seguro. Durante os 10 dias que lá estive não vivi nenhuma situação menos tranquila. Há que estar alerta, mas tão alerta como noutro país qualquer. Ninguém me tentou roubar, enganar ou mesmo trocar por camelos (para grande tristeza do R. que já se imaginava proprietário de toda uma cáfila...enfim).

Depois há o mito da comida, que dizem ser má, deixar a malta doente, com diarreias, intoxicações e por aí adiante. Nada está mais longe da verdade. Comi de tudo e nos mais variados locais e a única coisa que ganhei foram uns quilos, pois a comida é deliciosa. Utilizando a máxima "Em Roma sê romano" fazer uma refeição em qualquer lado onde há muitos marroquinos a comer  é uma boa estratégia, pois aí a comida é certamente de boa qualidade.

Em relação à limpeza temos que relativizar um bocado as coisas. Lembrem-se que se trata de um país com poucos recursos hídricos mas, de qualquer forma, não estive em nenhum local onde houvesse porcaria ou me sentisse incomodada com a falta de limpeza.

Perdendo todas estas formatações plantadas nas nossas cabeças europeias, é ir e aproveitar, pois há lá malta muito fixe e boa onda, e um país com uma cultura muito rica.

 

Quando planeámos a nossa viagem alugámos também um carro num rent-a-car local (que são aqueles que praticam preços mais acessíveis, pois as companhias internacionais são bastante mais caras e as garantias são as mesmas, logo não vale a pena) e assim tivemos um simpático Dacia Logan (é um primo do Renault Clio) com ar condicionado (fundamental!!!) a viajar connosco pelo país. Elaborámos uma rota dos locais onde queríamos mesmo ir e fomos um bocado audaciosos, pois em 10 dias fizemos 2000 km em estradas marroquinas, onde a condução tem as suas particularidades (mais adiante contarei).

Deixo-vos o mapa com o nosso percurso.

 

 

 

 Voámos até Marrakech. Saimos de Marrakech com destino a Ait-Benhaddou (linha rosa), de Ait-Benhaddou até Ouarzazate (linha azul escura), de Ouarzazate até Merzouga (linha verde escura), de Merzouga para Ouarzazate - Oásis de Fint (linha laranja), de Oásis de Fint até Essaouira (linha verde clara), de Essaouira até El Jadida (linha roxa) e de El Jadida de volta a Marrakech (linha azul clara).

 

Assim, partimos de Lisboa ao final da tarde com destino a Marrakech, com escala em Casablanca. Ficámos no aeroporto de Casablanca cerca de 4 horas. Inicialmente seriam 3, mas Marrocos tem uma dinâmica muito própria: é tudo feito calmamente e sem pressas. Os horários são apenas uma orientação, não significa que sejam cumpridos. Felizmente que no aeroporto de Casablanca havia cafés onde se vendia cerveja e se podia fumar...

 

 

 

 O voo de Casablanca para Marrakech demora cerca de 20 minutos, mas com tanta calma marroquina a chegada que estava prevista para a 1 e meia da manhã passou para as 3 e qualquer coisa. E foi a essa hora que saímos do aeroporto, depois de termos que procurar a minha mala de viagem, que não estava no tapete rolante, mas sim num canto ali perto. É claro que ninguém avisou de nada, mas é entrar no espírito e está tudo bem.

O aeroporto de Marrakech é uma obra de arte e de arquitectura, provavelmente um dos mais bonitos onde já estive.

Apanhámos um táxi e, depois de combinarmos o preço da corrida (que taxímetro é conversa de meninos!) lá conseguimos chegar ao hotel.

Estava um calor abrasador e ficámos realmente contentes com o aparelho de ar condicionado na parede do quarto. Só foi pena não ter comando e não funcionar, tal como a televisão, mas, tudo bem, espírito marroquino novamente.

De manhã, tomámos um pequeno almoço bastante agradável à beira da piscina e fomos descobrir Marrakech.

 


 

 

Marrakech é uma grande cidade, com muitos habitantes e também muitos turistas. É, sem dúvida, bonita mas, quem quer conhecer realmente o país, não deve ficar por aqui muito tempo. Há um grande sentimento de aproveitar tudo para fazer dinheiro, as pessoas das lojas e do mercado puxam-nos literalmente para irmos ver os produtos e, claro, comprar. Existe assim um espírito de pressão ao consumo. Há que sorrir, dizer merci e continuar a andar.

 

Marrakech tem uma grande mesquita, a Koutoubia, situada não muito longe da praça Djema el Fna, que é o coração da cidade, onde encantadores de serpentes e barraquinhas de sumo de laranja natural a 50 cêntimos se confundem. Nesta praça há também o mercado, que é enorme e onde se vende de tudo, a par de muitas esplanadas panorâmicas. Vale a pena subir a uma, beber uma água fresca ou comer qualquer coisa e contemplar a praça com todos os seus personagens.

 

Koutoubia

 

 

 

 

Praça Djema el Fna

 

Momento de pausa...:)

 

Transporte de ovos à boa maneira marroquina!

 

Saíndo de Djema el Fna, e percorrendo algumas ruas bem características, visitámos ainda o Palácio El Bahia (O Brilhante) que, apesar de vazio, é lindissimo. De arquitectura islamica, tem cerca de 150 divisões e já albergou sultões e as suas comitivas (tipo, 4 esposas, 20 concubinas, criados e guardas!).

 

 

 

 

 

Depois de um ataque (meu...) de excesso de calor, e de uma paragem numa esplanada com um sistema de arrefecimento por vapor de água, lá fomos buscar o nosso carro ao rent-a-car e saímos de Marrakech em direcção a Ait-Benhaddou.

Aí pudemos ter o primeiro contacto com as estradas marroquinas e os seus utilizadores. Conduzir em Marrakech, especialmente em hora de ponta é um desfio para os nervos. Há carros, autocarros, motas, bicicletas e pessoas a pé por todo o lado! Quem está dentro de uma rotunda perde a prioridade para quem entra, não se pára nas passadeiras e o resto é fé em Alá!

Com muito savoir-faire lá conseguimos sair da cidade e nas estradas ainda é mais divertido: além dos carros, autocarros, motas, bicicletas e pessoas a pé, temos ainda as carroças, os camiões e as carrinhas de caixa aberta. Parece um jogo de computador, onde o objectivo é permanecer na estrada sem chocar com nada nem ninguém e, ainda assim, manter o sorriso nos lábios!

Os traços contínuos também não se respeitam, ultrapassando quando dá, quando quase que dá, enfim, cada condutor tem o seu código da estrada pessoal e aplica-o como acha melhor. Curiosamente, nunca vimos nenhum acidente, talvez porque a única coisa que todos respeitam milimetricamente é o limite de velocidade.

 

Imagem recorrente nas estradas marroquinas:)))

 

Com todas estas peculiaridades, conduzir à noite em Marrocos é por si só uma prova de fogo. A malta lá demonstra pouco amor à existência e anda no meio da estrada a pé, de bicileta ou mota, sem luz ou outro qualquer sinal luminoso. A solução é conduzir no meio da estrada e esperar que dê tempo para travar!!! Mas está tudo bem...

 

 

TO BE CONTINUED...

 

 

sinto-me: viajada!
publicado por daily às 12:39

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Terça-feira, 25 de Agosto de 2009

back to that thing called reality

Pois é, as férias realmente terminaram e como já estou a trabalhar a um ritmo alucinante, até parece que estive em Marrocos numa outra vida...

 

sinto-me: estou porreira!
publicado por daily às 20:45

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Sexta-feira, 17 de Julho de 2009

imprevisibilidade

Depois de planearmos as nossas férias na Roménia, (o que inclui: ler mapas do país, pesquisar exaustivamente preços de viagens, preços de hotéis, preços de carros para alugar, sítios para visitar, traçar um plano de viagem - ir para Bucareste, passar por Constança e finalizar na Transilvânia para fazer festinhas ao Drácula), finalmente compramos as passagens... para Marrocos!!!

 

Aceita-se dicas

 

publicado por daily às 13:03

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