Hoje, um amigo {joanalista e portanto muito mais bem informado do que eu} publicou no facebook que o melhor seria pensarmos em ir viver para debaixo da ponte em vez de pensarmos em nos manifestar em cima dela {dela, da ponte, claro está!}.
Enviei-lhe uma mensagem onde escrevi que, para tal, deveríamos ser rápidos, pois debaixo da ponte poderá deixar brevemente de ter vagas ou até mesmo ter uma renda exorbitante, que nós, comuns mortais {que trabalham para viver} talvez não conseguíssemos pagar.
Há uns dias, aqui os meus vizinhos do bairro social, envolveram-se {mais uma vez} numa acesa discussão. Alguém partiu um vidro de um carro aqui estacionado e roubou aquilo que estava no seu interior. O tema da discussão, desta vez, não era o desacordo acerca da presença da polícia {que entretanto alguém chamou}. Era apenas que, à porta de casa não se rouba. "Eu posso ser o maior ladrão do mundo mas não roubo no meu bairro" - dizia um jovem indignado. Fiquei feliz com tal declaração e com o facto de o meu carro estar a salvo!
O que é que estas duas situações têm em comum?
Em teoria, nada.
Na prática, tudo.
Conclui que os meus vizinhos do bairro social são {de longe} mais honestos que os membros do governo. Não me roubam o carro. Não me tiram o dinheiro. Nem vão viajar às minhas custas. E, por eles, eu não tenho que ir viver para debaixo da ponte.
Passos Coelho e Rui Machete estão, entretanto, a passear-se pelo México. Ora aí está um sitio onde nunca estive, mas que até gostava de visitar um dia destes {de preferência sem ser como empregada doméstica de uma família mexicana abastada}. Pode ser que o avião, no regresso, caia. Matava-se um coelho com um machete só...