Sim, ando assim zangada com a vida! Arrasto-me, suspiro, ai que tudo me corre mal, ui que nada me corre bem. Mas, verdade seja escrita, também não me ajudo. A minha costela delegada sindical de primeira linha faz-me dizer tudo aquilo que penso. Não tenho a mínima paciência para simular opiniões. E detesto que me f**** sem nem sequer dizer com licença ou usar um bocadinho de vaselina para a pancada não ser tão grande.
Eu, e a minha grande língua, metemo-nos cada vez mais em embrulhadas, porque neste país das maravilhas, o importante é parecer e esquecer o que, de facto, é. Ouço coisas tão inacreditáveis que chego a pensar que, a qualquer momento, vai aparecer uma equipa de televisão e confirmar, perante o meu ar confuso e incrédulo, que afinal era tudo para os apanhados.
A culpa é dos feriados. Dos quinze feriados que 2010 tem, seis são no fim-de-semana. Um real disparate.
Acerca de nos quererem tirar o subsídio de férias só tenho a dizer que se me pagam metade, trabalharei metade também, ou seja, à hora de almoço vou para casa com o dever cumprido.
Pfffff
É de consenso geral que os homens não entendem conversas subtis. Nós, mulheres, aceitamo-lo como dado adquirido e os homens escudam-se atrás desta "verdade universal", até porque dá jeito. Dá jeito não perceber, dá jeito não ter compreendido, dá jeito não ter reparado.
Este rótulo de tontos assenta-lhes que nem uma luva e é desculpa para ignorar uma data de coisas.
Somos diferentes e seremos sempre diferentes, não importa o número de roupa interior que se queime. Aceito isso, além de que não sou feminista. Apenas acredito em igualdade de oportunidades. E, como tal, divido contas de jantares, tarefas domésticas, ofereço flores e, se necessário for, abro portas para os “senhores” passarem. Se, de facto, queremos igualdade assim é que está bem. A factura está paga.
Mas rotular todas a nossas acções e pensamentos como “coisas de gajas” e continuar como se não tivéssemos dito ou feito nada irrita-me profundamente. E isto acontece porque, na realidade, se trata apenas de uma manobra de diversão para evitar conversas e/ou situações conotadas como dificeis. Não sei, não ouvi e não reparei. Pronto. Assunto resolvido.
Há uma diferença substancial entre o drama de trazer por casa (utilizado por ambos os sexos) e querer discutir um determinado assunto.
Chega de conotações. Assim não vamos lá.
(AHHHHHHH como odeio estereótipos!!!)