{Criatura que trabalha no mesmo sítio que eu}Fogo!!! Muita fixe! Adorei! Ca ganda REIMIX!
{Eu} Levantei meia sobrancelha... e, para o caso de eu ter dúvidas, a criatura repetiu...
{Criatura} Ganda REIMIX!!!
E não. Não percebi sobre o que era a conversa, nem qual era o ganda reimix. Mas fiquei com alguma pena...
É sexta-feira, menos mal. Um cigarro e um copo de Alento 2010. Tinto, que eu sou pelo vinho tinto.
Hoje isto para aqui (entenda-se a minha cabeça) está uma confusão.
Odeio esta merda toda. Odeio o sítio onde trabalho. Odeio os meus dias, cada minuto que passo entre aquelas paredes. Odeio este governo. Odeio esta puta da austeridade inventada para me comer a vida, os sonhos e o futuro. Odeio ter que me preocupar com dinheiro. Odeio dinheiro. Odeio o filho da puta do velho que gere os meus dias úteis (leia-se director). Odeio não lhe poder dar um murro na tromba quando fica fixamente a olhar-me para o decote. E odeio simplesmente não lhe poder dar um murro na tromba porque ele merece. Até merecia mais do que um.
Preocupa-me não conseguir sair daquele sítio, não conseguir arranjar outro emprego. E eu não sou daquela malta que se queixa e nada faz. Eu tenho ido à luta. Por todo o lado. Vou a entrevistas em Lisboa. Em Bruxelas. Até durante o verão, ao visitar a sede da Nações Unidas em Nova Iorque, massacrei tanto a guia sobre como conseguir ir trabalhar para lá que, no final da visita, a pobre senhora fugia de mim. Ela não entendeu o meu desespero.
Já não gosto de viver aqui. A luz de Lisboa já não me fascina. Já não é bom voltar a casa no fim de uma viagem. Este país já não é a minha casa. E o sentimento é tão triste que alegremente deixaria tudo para trás.
Odeio a falta de empenho das pessoas. A falta de profissionalismo. Odeio quem dorme à sombra da bananeira e passa as suas responsabilidades para os outros. Odeio esta forma tipicamente portuguesa de encarar as coisas. Odeio que um jogo de futebol distraia todos daquilo que é realmente importante. Odeio fazer parte de um país com tantos ignorantes, que não pensam nem sabem pensar.
Odeio estes corruptos de merda, filhos de uma grande puta, deviam estar todos presos e não a receber pensões vitalícias pagas com o esforço do meu trabalho. Fodei-vos todos!!! - parafraseando alguém que conheci há uns tempos atrás.
Odeio não controlar a minha vida, o meu futuro e que a minha existência seja manipulada por escroques, para quem sou apenas um número. E é tão fácil fazer coisas más a números.
E fico aflita. Os meus amigos estão, na sua maioria, a ter filhos. Porque ter filhos faz parte da vida e dos sonhos das pessoas. E porque é assim que está bem. Mas preocupa-me para que raio de sítio se está a trazer um ser humano. Será que vão ter condições para lhe dar uma vida boa? Será que vão ter dinheiro para tudo? Esta semana tive uma troca de ideias mais acesa com um colega que me dizia: "Eu tenho um filho e quero ter mais dois. Cá fora tudo se cria!". Mentalmente chamei-lhe ó minha besta. Mas contive-me e expliquei-lhe que isso é conversa do tempo dos nossos avós, quando as pessoas comiam daquilo que a horta dava e que aos dez anos iam trabalhar para o campo. Agora, o tudo se cria, é uma prestação mensal num colégio, são aulas de ballet, judo e natação, são brinquedos cromos e caros, são roupas, livros escolares e tudo o resto. E entre muitas outras coisas que dissemos um ao outro já não sei quem ficou mais triste.
E pronto. Hoje estou assim.
Vou ali beber mais vinho. Ontem foi uma garrafa. Hoje deverá ser outra.
O universo, que até tem sido muito meu amigo, revelando algum entendimento entre nós, resolveu, este ano lectivo, encher a minha existência de aborrecimento e irritação. E mais do que é costume.
Sabem aquelas pessoas que nem sequer precisam de abrir a boca para nos irritar, que só a sua presença dá vontade de lhes partir uma cadeira na cabeça? Aquela criatura tem este dom, de tal forma que eu ando para aqui numa irritação só e depois quem paga é o Passos Coelho (gozo com ele e chamo-lhe nomes e tal...).
Senhora criatura, a sua cria é adorável e fofinha e inteligente e fantástica, mas não é o único ser vivo e especial que tenho na sala. Nós já sabemos que ela vai ser assim qualquer coisa de espectacular daqui a 20 anos mas não me massacre, sim? Não é por a sua cria aos quatro anos não saber o que é um ovíparo ou um bípede que ela dentro de 20 anos não vai governar o mundo e mandar em todos nós, boa? Deixa-a dizer galinha como todas as outras crianças, tá? Deixe-a ser criança,ser feliz e não se preocupe tanto com merdas que não interessam nada, nem a ela nem a mim, ok? E não seja snob e arrogante, porque se eu continuar a conversar com o universo qualquer dia cai-lhe um piano, bigorna ou cofre em cima, tendo em conta que seria difícil não acertar, pois o diâmetro não será considerado dificuldade, got it?
Uma amiga que tenho, daquelas desde a infância, tem uma frase que é o seu ex-libris. Diz ela: "Quando sentires que a cabeça te vai rebentar de tanta irritação, conta de 127 para trás que passa...".
Hoje tentei fazê-lo, mesmo a sério e, cara amiga, lamento dizer-te que 127 é um número demasiado pequeno para mim, pois quando cheguei ao zero continuava num estado de irritação que nem te passa...
Raios parta.
O que salva a situação é que, as mães, entre o seu estado normal em que só conseguem dizer coisas parvas e chatear e mandar-nos arrumar as gavetas da nossa própria cómoda na nossa própria casa, têm momentos de lucidez alucinante e conseguem dizer caga nisso, com toda a classe e sem utilizar as asneiras.
Valha-nos isso.
Preciso de ir viajar...mesmo.
Num destes dias arrastaram-me, com promessas de um jantar de sushi e de sangria, para uma palestra do Eduardo Sá. Gosto daquilo que diz, não tanto pelo conteúdo em si, mas porque me põe a pensar e isso, por si só, é positivo.
Dizia ele (suscitando um aplauso de algumas pessoas do público) que as Educadoras de Infância deviam ser tão bem pagas como um magistrado do Supremo Tribunal de Justiça. Deviam. Deviam. E este verbo ficou a aqui na minha cabeça a marinar até que se revelou numa grande dose de mau feitio, misturado com raiva e injustiça.
Claro que as Educadoras deviam ser mais bem pagas. Claro que EU devia ser mais bem paga! Mas estou farta do verbo dever e de ninguém fazer nada!
Sou eu que crio os vossos filhos, que lhes mostro arte, música, histórias, que os faço rir, sorrir, que lhes limpo as lágrimas, o nariz e o rabo. Sou eu que passo o dia com eles, que os vejo crescer, que me rio da coisas maravilhosas que dizem, que lhes mostro que o mundo não é perfeito, que lhes ensino o que é o olfacto e um quadrado. Sou eu que lhes dou colo quando estão doentes, que lhes canto os parabéns quando fazem anos, que os ajudo a preparar surpresas para o pai e para a mãe. Sou eu que os ensino a comer com faca e garfo, a distinguir a mão esquerda da direita e a contar até 20. Sou eu que lhes digo que partilhar é bom, que dar pode ser melhor que receber e que bater não é bonito. Sou eu que os preparo para a vida que aí vem!
Mas sim. Continuem a fazer salamaleques aos juízes, aos ditos "doutores". Continuem a achar que ganham de acordo com a sua responsabilidade. Paguem mundos e fundos a quem manda os gatunos para a cadeia, ser for legal fazê-lo e não ferir nenhum tipo de susceptibilidade.
O problema é que além de mal pagos, pouco respeitados e ignorados, os professores são os únicos profissionais que conheço que têm que levar material para o local de trabalho. Um médico não compra soro para ministrar aos seus pacientes, nem um pedreiro compra tijolos para concluir uma obra. Eu compro o que tiver que ser, pois de outro modo não tenho com que trabalhar da forma que eu acho que deve ser.
E continuem a achar que quem vive a vida dos vossos filhos devia ganhar mais. Porque um simples pensamento pode deixar-nos dormir de consciência tranquila...
Juro que te odeio!
Odeio-te tanto porque és um bicho nojento, sem espinha vertebral, disforme e idiota, que tenta mandar em mim (e vai conseguindo! P******!), sem perceber nada daquilo que faz a vida ser vida.
Odeio-te porque és incompetente, a roçar o burro, com falta de saber-ser e saber-fazer.
Odeio-te tanto que, se não fosses o chefe, apenas serias daquelas pessoas de quem se foge para não ter que se aturar na hora de almoço, com conversas e ares de cocó.
Espero que vás trabalhar amanhã (que até é feriado e tudo...) o que mais uma vez mostra a tua incompetência! Eu vou beber copos e passar o feriado a fazer o que me apetecer.
Bitch!
A vida é tão, mas tão, mas mesmo tão injustaaaaaaaa!!!!!!!!
É sempre o mesmo. Nozes a quem não tem dentes e pérolas a porcos. Ó Universo, estou aqui pá! E tenho dentes, vês?!?
Ainda bem que os dias não são todos iguais, senão isto não tinha piada nenuhuma. Se ontem não tinha nada para dizer, hoje apetece-me escrever pelos cotovelos!
Hoje peguei o touro pelos cornos, neste caso, a vaca (estou a falar da minha boss). Como não poderia deixar de ser, tinha que ter uma daquelas profissões mal pagas, em que há gente aos pontapés com as mesmas habilitações, o que permite aos que têm poder usar e abusar de nós. É um facto, sou educadora de infância. E tenho andado numa guerra fria com a maluca da boss, sobre o meu contrato de trabalho, que ela teima em querer colocar-me numa categoria inferior à que realmente ocupo no colégio. Hoje dei o grito de ipiranga e disse: BASTA! Mostrei-lhe, por A mais B, quantos paus são precisos para fazer uma canoa e que quem ri por último é porque não percebeu a piada. Agora resta-me esperar pelos desenvolvimentos, mas pelo menos fechei (ou quase) o capítulo. Eu destesto arrastar situações.
Provavelmente, amanhã vou ter dissabores, mas estou preparada, venham eles.
No fundo, a única coisa que me preocupa mesmo, é ter que deixar os miúdos, que são umas pestes, mas são os "meus" miúdos.
Qui sera, sera...
Isto hoje não correu nada bem... Além de ser segunda-feira, aquele dia maldito!!!, choveu, está frio e ainda tive stresses no trabalho. Há dias que uma pessoa mais valia ficar na cama a ver o programa do Goucha, a comer lasanha do Lidl e a engordar que nem uma porca.
Ou então, comprar um taco de basebol ou um pé de cabra e entrar no local de trabalho escavacando tudo o que aparecesse à frente. Juro que percebi o que leva malta a metralhar colegas de trabalho. Eu não ia a tanto. Mas que percebi o sentimento, ai isso percebi.