AHHHH! A falta de tempo mata-me! (só um desabafo...)
Para terminar a narrativa da viagem a Marrocos, que foi no Verão, e já estamos no Outono, vou resumir a coisa.
Saímos de Essaouira, como já escrevi, cheios de pena, mas a estrada que vai até El Jadida, sempre pela costa, é brutal! Imensas praias a perder de vista e completamente vazias de gente. Um sonho!
A chegada a El Jadida é que não foi sonho nenhum, antes um pesadelo! Aquilo parecia o fim do mundo em cuecas, milhares de pessoas nas ruas e nós sem conseguirmos perceber que caminho haveríamos de seguir. Estradas cortadas, desvios, enfim, uma confusão como nunca tinha experimentado e espero não voltar a ter de o fazer. Mais tarde explicaram-nos que, durante o mês de Agosto, El Jadida é tipo Albufeira, o país vai todo para lá! Um horror!!!
Tirando isto, que até seria facilmente ultrapassado pela beleza da cidade, foi o local que menos gostei, pois beleza tinha zero. As ruas muito sujas, com imenso lixo (aqueles gajos têm um problema grave ao nível da limpeza das ruas) e marroquinos de classe mesmo muito baixa. Foi o único local onde o "está tudo bem" marroquino deu lugar a brigas de rua, e foi também o único local onde não conseguimos comer nas tascas de rua, pois há alguns limites que a malta tem necessidade de manter (as tascas eram mesmo nojentas).
Em compensação, a nossa riad era lindissima e mesmo em frente à Cité Portugaise.
A Cidade Portuguesa deveria ser muito gira, mas aquela malta de El Jadida conseguiu deixar aquilo uma escáfia. No entanto, nota-se bem a nossa presença lá e é uma pena que não tenham preservado o local. A única coisa que é mais ou menos protegida é a Cisterna Portuguesa, com um espelho de água de 5 centimetros, que é o ex-libris do lugar.
A Cisterna Portuguesa
O antigo porto outrora utilizado pelos portugueses
Desta vez foi com alegria que deixámos El Jadida em direcção a Marrakech, onde iríamos passar a nossa última noite antes de regressar a Lisboa.
A viagem decorreu sem problemas e passámos provavelmente pelas maiores rectas do país, com dezenas de quilómetros sem uma única curva. Até dava sono...
Para terminar as férias, escolhemos um resort, tipo daqueles da Republica Dominicana ou Brasil, onde os quartos se vão distribuindo pelos jardins. Estava cheio de famílias francesas, que aproveitavam o tempo na piscina. Ao conversarmos com algumas pessoas, percebemos que estavam ali duas semanas e nunca tinham ido visitar absolutamente mais nada no país, excepto uma saída ocasional até ao centro de Marrakech. Opções.
No dia seguinte, lá fomos para o aeroporto e quando chegámos vimos que o nosso voo de ligação, para Casablanca, tinha sido cancelado.
Depois de muita falta de explicações e de muitos turistas espanhóis a gritar, lá conseguimos perceber que havia grave de pilotos. Como o voo para Lisboa era ao final na tarde, meteram toda a gente em autocarros e assim fizémos o percurso pela auto-estrada de Marrakech a Casablanca.
Pormenor do aeroporto de Marrakech
Já no autocarro para Casablanca
Foram 4 horas de autocarro de plena tagarelice, pois conheci um senhor italiano cheio de aventuras de viagens para contar.
Felizmente, conseguimos chegar a tempo do nosso voo para Lisboa e desde o avião, foi bom voltar a ver a nossa cidade. Confesso que já tinha saudades. É que gosto muito de ir, mas também gosto de voltar a casa...
FIM
Créditos: as fotos da viagem foram captadas por mim e, na sua maioria, por Ricardo Carreira, ficando reservado o seu direito de utilização.